Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), adiantou que o município vai ter uma reunião na quinta-feira com a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) para entregar dados mais atualizados sobre os prejuízos causados pelo mau tempo no concelho.
O autarca explicou que já entregou ao Governo, na passada sexta-feira, um "dossiê" com a primeira quantificação feita aos danos relativos a infraestruturas públicas, como muros, taludes e derrube de terras e que a ideia é agora entregar "dados atualizados e mais rigorosos" e, se possível, já com parte dos prejuízos dos particulares.
Ricardo Leão estimou em "milhões de euros" os danos relativos a infraestruturas públicas, sem contabilizar os prejuízos dos privados.
Essa contabilização, explicou, está a ser feita com recurso a equipas de rua e à informação prestada pelos munícipes através de uma linha gratuita de apoio (800 100 176), que foi criada para reportar os prejuízos em estabelecimentos comerciais e habitações particulares.
"É uma linha gratuita para que as pessoas possam de alguma forma dar nota daquilo que foram os seus prejuízos e das ocorrências para que as equipas possam rapidamente se deslocar ao local e fazer essa quantificação", apontou, apelando à sua utilização.
Ricardo Leão ressalvou que apesar de serem quantificados os prejuízos relativos aos automóveis "do ponto de vista legal" será muito difícil que haja lugar a ressarcimento.
Relativamente às zonas mais afetadas do concelho pelo mau tempo, o autarca socialista indicou que foram a zona norte (Frielas, Santo António dos Cavaleiros, Fanhões e Tojais), mas também parte da zona oriental (Sacavém, Camarate, Unhos e Apelação).
Além de Loures, os municípios da Área Metropolitana de Lisboa que reuniram com o Governo, na sexta-feira, para avaliar os impactos do mau tempo foram Lisboa, Amadora, Cascais, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira, todos os da margem norte do rio Tejo, a que se juntam outros dois da margem sul, designadamente Seixal e Almada.
No final da reunião, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou que o Governo vai apoiar os municípios da Grande Lisboa afetados pela forte precipitação e consequentes inundações desde quarta-feira à noite, devendo as autarquias fazer o levantamento dos prejuízos até, no máximo, 15 de janeiro.
Esta segunda-feira, em declarações à agência Lusa, Ana Abrunhosa indicou que está a ser feito o levantamento dos prejuízos do mau tempo "não só em Lisboa, mas também no Algarve", nomeadamente em Faro, onde houve "situações de pluviosidade extrema com prejuízos".
Vincando não ter ideia do valor dos prejuízos, Ana Abrunhosa salientou que a Câmara de Loures foi, para já, a única que já entregou ao Governo "um caderno com o levantamento dos danos a nível dos equipamentos e infraestruturas municipais".
Desde a noite de quarta-feira, o mau tempo associado à chuva intensa provocou várias inundações, o que motivou o corte de estradas, túneis e acessos a estações de transporte, assim como danos em estabelecimentos comerciais, habitações e veículos, causando elevados prejuízos.
Há a registar a morte de uma mulher em Algés, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, e dezenas de pessoas desalojadas.
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