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Autarca do PS critica falta de resposta da Câmara de Lisboa a sem-abrigo

A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), manifestou hoje preocupação com a falta de resposta da Câmara de Lisboa às pessoas em situação de sem-abrigo, que não têm casa para se abrigar do mau tempo.

Autarca do PS critica falta de resposta da Câmara de Lisboa a sem-abrigo
Notícias ao Minuto

18:18 - 13/12/22 por Lusa

País Mau tempo

"Vemos apelos, e hoje os apelos têm sido muitos por parte das autoridades para as pessoas ficarem em casa, e existe um completo ignorar do facto de haver muitas pessoas na nossa cidade sem casa e que não têm casa para onde ir", afirmou Carla Madeira, em declarações à agência Lusa.

Lembrando que existem entre 400 a 500 pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa, a autarca do PS disse que na freguesia lisboeta da Misericórdia existem "várias pessoas" a dormir na rua, nomeadamente no Largo de São Paulo, na zona do Cais Sodré e no Largo Agostinho da Silva, e "que não têm qualquer alternativa", porque a estação de comboios do Cais do Sodré fecha durante a noite e "a única alternativa que têm, infelizmente, é dormir na rua".

"Não existe, no momento, na cidade de Lisboa, nenhum plano de emergência para as pessoas sem-abrigo [....]. Não foi criada qualquer alternativa para as pessoas que dormem na rua, à semelhança do que acontece com a vaga de frio, em que são criadas alternativas, em que é aberto o pavilhão do Casal Vistoso, por exemplo", reclamou a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, lembrando que as pessoas em situação de sem-abrigo estão a sofrer diretamente com as chuvadas, que se prolongam há já uma semana.

Carla Madeira indicou que a Câmara Municipal de Lisboa - sob a presidência de Carlos Moedas (PSD) - tem vários pavilhões que pode utilizar para acolher as pessoas em situação de sem-abrigo, como costuma fazer quando há vagas de frio, e que já utilizou, também, durante a pandemia de covid-19 e para responder à crise dos refugiados da Ucrânia.

A autarca ressalvou que o ideal seria que o acolhimento fosse em respostas "mais humanizadas, como são os centros de acolhimento para pessoas sem-abrigo", acrescentando que tem de ser a Câmara Municipal de Lisboa a ativar essa resposta, conjuntamente com os demais parceiros, inclusive a Santa Casa da Misericórdia, com a ajuda das juntas de freguesia.

"Era de todo importante criar uma alternativa para estas pessoas dormirem", insistiu a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, considerando que essa resposta já deveria ter sido criada por parte da Câmara de Lisboa, até porque, "infelizmente, as previsões de chuva intensa ainda se vão prolongar durante alguns dias".

A socialista manifestou, ainda, preocupação com a saúde das pessoas em situação de sem-abrigo.

"Isto é uma situação que me preocupa imenso, porque são pessoas, são seres humanos que estão a dormir na rua, com estas chuvadas. Além disso, estamos aqui a criar um problema de saúde pública, porque estas pessoas, mais dia, menos dia, [...] vão ficar doentes e vão aqui trazer um problema de saúde acrescido, e um problema também de pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde, porque são pessoas que vão deixar de dormir na rua para irem dormir para as urgências dos hospitais daqui a uns dias", disse.

Carla Madeira criticou ainda o "silêncio total" da Câmara Municipal de Lisboa relativamente ao apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, reforçando que "a solução é simples".

"É fazer exatamente o mesmo [que se faz quando há vagas de frio], com ajustes, por exemplo, não podemos abrir as estações de metro para acolher as pessoas em situação de sem-abrigo com cheias, podemos fazê-lo com frio, mas podemos abrir estações de comboio, podemos abrir pavilhões", insistiu.

A chuva intensa e persistente que caiu de madrugada causou hoje centenas de ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas nos distritos de Lisboa, Setúbal e Portalegre, onde há registo de vários desalojados.

Na zona de Lisboa a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, que levaram as autoridades a apelar às pessoas para permanecerem em casa quando possível e para restringirem ao máximo as deslocações.

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