"Aquilo que eu mais temo, e que às vezes acontece e desta vez não poderá acontecer, por isso tenho vindo a 'pregar no deserto', é chegar-se à conclusão, algures no final de 2023, começo de 2024 ou um pouco mais tarde, na campanha eleitoral para as europeias, que afinal havia certas facetas do Plano de Recuperação e Resiliência [PRR] que, em termos quantitativos ou qualitativos, teriam merecido um debate e um aprofundamento muito maiores", sustentou Marcelo Rebelo de Sousa, no encerramento da Convenção da Construção: Habitação e Infraestruturas, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em Lisboa.
Questionado sobre estas declarações à margem do encontro, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "é muito importante levar aos grupos parlamentares ou aos partidos políticos, todos os decisores," as conclusões da convenção de hoje.
"Há uma lei no parlamento sobre matéria de habitação, é fundamental que estas conclusões lá cheguem", completou o chefe de Estado, que no final da sua intervenção também recebeu as conclusões.
Num discurso de quase 40 minutos, o chefe de Estado referiu-se em vários momentos à execução do PRR, um aviso que tem sido recorrente desde a chegada da primeira tranche de Bruxelas.
Outra parte do discurso teve como ponto central as políticas de habitação, que na ótica do Presidente da República necessitam de um impulso para contrariar a tendência: é cada vez mais difícil arrendar ou comprar casa, ainda mais para os jovens a iniciar a vida ativa.
Logo no início do discurso fez uma referência de que "dança quem está na roda" e que "seria preferível que estivessem na roda" mais intervenientes, sendo a "roda" neste caso a convenção.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, não esteve presente na convenção que reuniu, entre outros, os representantes das ordens dos engenheiros e dos arquitetos, para pensar o futuro da habitação e das infraestruturas portuguesas.
Questionado sobre se estas duas frases aludiam a Pedro Nuno Santos, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que não e lembrou que o Governo e a tutela se fizeram representar pela secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves.
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