Se no início de 2020, verificou-se alguma indefinição sobre o benefício da utilização de máscaras, os dois anos seguintes demonstraram a sua eficácia para evitar os contágios pelo coronavírus SARS-CoV-2, passando a fazer parte do quotidiano dos portugueses.
Considerado um bem escasso nos meses iniciais da pandemia em Portugal e na Europa, o uso da máscara foi sendo, gradualmente, alargado a vários grupos e tornou-se mesmo obrigatório em espaços fechados, unidades de saúde, transportes públicos e até escolas.
O primeiro momento de emancipação da máscara aconteceu em abril, quando o Governo decidiu que o seu uso deixaria de ser obrigatório na maioria das situações, com a exceção dos locais frequentados por pessoas vulneráveis, como hospitais, lares de idosos e unidades de cuidados continuados, assim como nos transportes públicos.
No seguimento desta decisão do Conselho de Ministros, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou que o uso da máscara, apesar de já não obrigatória na maioria dos casos, se mantinha como uma importante medida para conter as infeções.
Nas semanas seguintes, Portugal registou quase 250 mil contágios pelo vírus que provoca a covid-19, mas a então ministra da Saúde, Marta Temido, afastou o regresso da obrigatoriedade da máscara para controlar a situação.
O passo seguinte na libertação da máscara foi dado já em agosto, com o fim da sua obrigatoriedade nos transportes públicos de passageiros e nas farmácias, mas manteve-se o seu uso nos hospitais e nos lares de idosos. O país começava a viver o fim social da pandemia.
Depois de contestada nas escolas, o atual ano letivo arrancou com os alunos sem máscara, um equipamento de proteção individual que a DGS, no início de 2020, alertava que poderia provocar uma falsa sensação de segurança, mas que a evidência científica foi consensual em considerar fundamental para controlar a pandemia.
Numa norma publicada no final de novembro, a DGS lembrou que todas as pessoas com sintomas respiratórios agudos devem adotar as medidas básicas de prevenção e controlo de infeção, que incluem a utilização de máscara sempre que estiverem em contacto com outras pessoas ou em espaços de utilização partilhada.
Outros acontecimentos de abril
O mês começa com ouro no desporto. O judoca português Jorge Fonseca, bronze nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, conquista a medalha de ouro na categoria de -100 kg no Grand Slam de Antália, na Turquia.
Na frente da guerra, a Ucrânia recupera, logo em 02 de abril, o controlo de toda a região de Kiev, após a retirada das forças russas das principais cidades próximas da capital. As cidades de "Irpin, Busha, Gostomel e toda a região de Kiev foram libertadas do invasor", anuncia a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Malear.
Três dias depois, Portugal declara como 'persona non grata' 10 funcionários da missão diplomática da embaixada da Rússia em Lisboa.
A Académica, um clube histórico e vice-campeã nacional em 1966/67, cai, pela primeira vez na sua história, para o terceiro escalão do futebol português.
Uma equipa internacional de astrónomos deteta galáxia mais distante, a 13,5 mil milhões de anos-luz da Terra, "pouco tempo" depois de o Universo ter "nascido", em 07 de abril.
No dia 14, o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, pede perdão, em nome da Igreja portuguesa, às vítimas de absuso sexual.
O presidente ucraniano, Volodomyr Zelensky, pede armamento pesado e o reforço das sanções à Rússia, num discurso por videoconferência perante o parlamento português, numa sessão solene, em 21 de abril, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa. A bancada do PCP optou por não estar presente na sessão e critica discurso de Zelensky.
A Câmara do Porto aprova, em 19 de abril, a saída da Associação Nacional de Municípios Portugueses em consequência do processo de descentralização de competências, o qual pretende assumir de forma "independente" e "sem qualquer representação". A proposta, do presidente autarquia, Rui Moreira, contou com os votos a favor do movimento independente, a abstenção do vereador dp PSD Alberto Machado e os votos contra do PS, BE, CDU e do social-democrata Vladimiro Feliz.
José Ramos-Horta é eleito pela segunda vez Presidente da República de Timor-Leste, com 62,09% dos votos, derrotando o chefe de Estado, Francisco Guterres Lú-Olo, em 20 de abril.
A Câmara de Lisboa aprova por unanimidade a gratuitidade dos transportes públicos na cidade para residentes jovens e idosos, em 21 de março.
No final do mês, em 29, a Câmara de Setúbal retira do acolhimento de cidadãos ucranianos a técnica superior de origem russa Yulia Khashin e pede ao Ministério da Administração Interna que proceda a uma averiguação sobre a receção de refugiados por russos alegadamente pró-Putin.
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