O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, assinalou esta sexta-feira os 50 anos do massacre de Wiriamu, em Moçambique, durante a guerra colonial.
Através de um vídeo, partilhado na sua conta de Twitter, Santos Silva afirmou que "hoje é dia de pedir perdão" a todas as vítimas do massacre cometido pelos militares portugueses e polícia política portuguesa.
"Hoje passam 50 anos sobre o massacre de Wiriamu e esse facto deve ser recordado. É um facto que nos envergonha, mas não deve ser esquecido. A 16 de dezembro de 1972, um contingente de militares portugueses e a polícia política portuguesa, então chamada direção-geral de segurança perpetuaram o massacre num conjunto de aldeias de Wiriamu", começou por dizer o antigo ministro dos Negócios Estrangeiro, recordando que o massacre foi denunciado, meses mais tarde, por sacerdotes católicos e que foi o mais "bárbaro" de todos os massacre ocorridos naquela zona de Moçambique.
Hoje é por isso, segundo Santos Silva, "dia de recordar o massacre, de pedir perdão às suas vítimas, de homenagear aqueles como o padre Hastings que denunciaram e também de homenagear os capitais de Abril", visto que, foram estes que puseram fim ao regime do Estado Novo, puseram fim à guerra colonial e permitiram que se abrisse um novo caminho entre Portugal e Moçambique, o caminho que nós hoje percorremos, um caminho de amizade, de corporação, de profunda fraternidade entre os dois países e os dois povos".
Passam hoje 50 anos do massacre de #Wiriamu, em Moçambique. Devemos honrar as vítimas e também saudar os capitães de Abril que nos libertaram do regime que o cometeu. pic.twitter.com/uucsVpJUmJ
— Augusto Santos Silva (@ASantosSilvaPAR) December 16, 2022
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