O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, bem como o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes estão a "envidar todos os esforços para trazer para Portugal os médicos retidos no Peru, desenvolvendo diligências no sentido de acautelar a sua integração num corredor humanitário através de Lima, a capital daquele país que enfrenta atualmente fortes restrições de circulação".
Em comunicado, a Ordem dos Médicos manifesta "solidariedade institucional e pessoal aos sete médicos recém-diplomados pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra" que se encontram retidos no país, e revela que "foram remetidas cartas para sensibilizar as autoridades peruanas para agilizar o regresso destes médicos a Coimbra, com a maior celeridade possível".
“Numa altura em que o país entrou em estado de emergência com o consequente encerramento de aeroportos e outros com acesso limitado, a Ordem dos Médicos reforçou os seus contactos junto das entidades competentes para agilizar o repatriamento. Estes médicos são indispensáveis para integrar o Plano de Contingência de Inverno no Serviço Nacional de Saúde”, diz Carlos Cortes, citado no comunicado, onde Miguel Guimarães realça a importância destes médicos para o "normal funcionamento" do Sistema Nacional de Saúde (SNS), "especialmente em virtude da atual pressão sentida nas urgências dos hospitais portugueses, tanto devido ao grande afluxo de doentes, como à grave escassez de capital humano no SNS”.
O ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) garantiu que está a acompanhar o caso, através da embaixada de Portugal no Peru, e que esta "tem realizado todas as diligências possíveis junto das autoridades peruanas e mantido contactos com os portugueses e respetivas famílias, tendo em vista a sua saída, em segurança, do país".
"Uma vez que existem outros cidadãos comunitários no Peru, em idêntica situação, está em curso a articulação com os representantes diplomáticos dos demais países da União Europeia no Peru, bem como com o Delegado da União Europeia", esclareceu ainda o gabinete de João Gomes Cravinho.
Na mesma nota, enviada ao Notícias ao Minuto, o MNE afiança que "os portugueses que se encontram, neste momento, no Peru estão em segurança, com o acompanhamento e apoio da embaixada em Lima, até à reabertura dos aeroportos, para poderem viajar e sair do país de forma segura".
O Peru está em estado de emergência depois de uma tentativa de golpe de estado e de os protestos associados à destituição do presidente peruano, a 7 de dezembro, terem obrigado ao fecho de estradas e aeroportos.
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