"A União Europeia quer ser a campeã das alterações climáticas, mas a União Europeia tem de levar em linha de conta que há regiões ultraperiféricas e que essas regiões ultraperiféricas têm de ter uma exceção completa para o transporte aéreo", afirmou Miguel Albuquerque.
O presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP) falava à margem de uma visita à Casa Museu Frederico de Freitas, no Funchal, onde comentou as declarações proferidas por Michael O'Leary em conferência de imprensa virtual na quarta-feira.
"Além das taxas excessivas, uma outra ameaça ao crescimento do turismo em Portugal surge na forma de taxas ETS [Emissions Trading System], que visam, injustamente, voos de curta distância, tendo sido recentemente proposta a inclusão das regiões ultraperiféricas da União Europeia, incluindo a Madeira, já em 2024", apontou Michael O'Leary.
Para o líder da companhia aérea irlandesa Ryanair, se esta medida for aprovada, "os turistas irão enfrentam custos mais elevados ao visitar a Madeira, em relação a outros destinos de férias não europeus, o que significa que a ilha, provavelmente, perderá visitantes para destinos fora da União Europeia, como Marrocos, Turquia e Jordânia, que estão isentos do pagamento de ETS".
"Estou solidário com ele. O que se está a passar na União Europeia é uma vergonha", declarou Miguel Albuquerque.
O chefe do executivo madeirense defendeu uma "exceção completa" em termos de taxas ambientais para o transporte aéreo para as regiões ultraperiféricas da União Europeia, nomeadamente Madeira, Açores e Canárias.
"É fundamental que as viagens aéreas não sejam penalizadas, porque estamos a pôr em causa uma indústria fundamental para o desenvolvimento destas regiões, a indústria turística", disse, indicando que pretende enviar uma carta ainda esta semana ao presidente do Governo de Canárias alertando-o para a situação.
"A partir do momento em que as regiões ultraperiféricas são penalizadas, começa a haver movimentos de contestação à política de integração europeia. Penso que não é isso que a União Europeia quer", avisou.
"Se querem se suicidar que se suicidem, agora não podem é rebentar com as economias ultraperiféricas, que são economias frágeis que dependem do transporte aéreo para a sua sobrevivência", reforçou.
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