Arganil aprova estudo de expansão do metrobus até ao concelho
A Câmara de Arganil, no interior do distrito de Coimbra, aprovou o estudo para expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) entre Serpins (Lousã) e Arganil, encomendado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.
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País Arganil
Apesar de aprovação unânime, o executivo camarário manifestou hoje, em comunicado, a sua discordância quanto à pontuação (nula) atribuída ao fator "potencial de expansão da rede" referida no estudo realizado pelo consórcio OPT e Oval.
"O município de Arganil entende que estão reunidas as condições para poderem ser honradas as sucessivas decisões que nunca chegaram a ser cumpridas e que prejudicaram de forma significativa os concelhos de Arganil e de Góis", sublinha a nota.
Citado no comunicado, o presidente da Câmara, Luís Paulo Costa, defende que "é uma forma do Estado assegurar que uma história com mais de 140 anos é finalmente concretizada e que um prejuízo com mais de 140 anos é finalmente ultrapassado".
O autarca realça o esforço realizado conjuntamente com a Câmara de Góis para a concretização de uma solução que representa um passo determinante para o desenvolvimento territorial, atratividade e competitividade de ambos os concelhos.
"Atendendo à ampliação da nova Área de Acolhimento Empresarial da Relvinha, estimamos que em cinco, seis anos tenhamos mais de 1.000 pessoas a trabalhar em Arganil, pelo que levar o traçado até àquela zona poderia ser muito importante ao nível da população servida", salienta Luís Paulo Costa.
O comboio chegou à Lousã em 1906 e daí não passou durante algumas décadas, pois só em 1930 chegou a Serpins (Lousã), "ainda que tenham sido efetuadas expropriações até Arganil e realizados diversos trabalhos de construção civil, como abertura do canal, terraplanagens e abertura de túneis".
"Foi um processo do ponto de vista histórico que teve poucos avanços e muitos recuos, e consideramos que a circunstância que determinou o seu desfecho foi muito penalizadora para a nossa região e para o nosso concelho", frisa o presidente do município de Arganil.
O estudo aprovado pelas câmaras de Arganil e de Góis estima que a expansão aos dois concelhos teria um investimento total de 108 milhões e um investimento médio por novo passageiro por ano entre 280 e 310 euros, apresentando uma pontuação de 0,07 (entre 0 e 1) no critério económico.
Segundo Luís Paulo Costa, estes valores tornam viável o processo e concorrem para a expansão do SMM, de Serpins (Lousã) a Arganil.
O autarca recorda que "está em cima da mesa o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que conta com 15 mil milhões de euros de apoio financeiro", entre outros apoios comunitários, designadamente no âmbito da descarbonização e "utilização de novos meios de mobilidade menos poluentes".
Uma análise focada apenas no investimento necessário para concretizar a linha e na procura prevista mostra que a ligação a Góis e Arganil (através de uma expansão via Lousã) "se destaca dos restantes por se associar a um investimento notoriamente superior e a valores de captação de novos passageiros mais reduzidos".
Este seria um percurso longo, com pontos com declives "desafiantes" para a implementação do traçado de BRT e em que há grandes zonas com reduzida densidade populacional (três das seis estações serviriam menos de 300 pessoas num raio de mil metros do seu local) e que a própria linha não teria qualquer potencial de expansão "viável".
A ligação entre Coimbra-B e Arganil demoraria, via metrobus, muito menos que o tempo gasto em viatura própria entre as duas localidades, sendo a grande mais-valia desta expansão uma ligação de cerca de 12 minutos entre as sedes de concelho de Arganil e Góis.
O Sistema de Mobilidade do Mondego "consiste na implementação de um 'metrobus', utilizando veículos elétricos a baterias que irão operar no antigo ramal ferroviário da Lousã e na área urbana de Coimbra", ligando esta cidade a Serpins, no concelho da Lousã, com passagem em Miranda do Corvo, numa extensão de 42 quilómetros.
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