Assembleia Municipal de Coimbra "repudia" aumentos na água e transportes

A Assembleia Municipal de Coimbra aprovou hoje uma moção do PS contra os aumentos de 2,7% na fatura da água e de dez cêntimos nos bilhetes a bordo dos autocarros, posição que o presidente da autarquia classificou de "demagógica".

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Lusa
27/12/2022 15:35 ‧ 27/12/2022 por Lusa

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Coimbra

A moção, apresentada no período antes da ordem do dia, foi aprovada com 27 votos a favor do PS, CDU e movimento Cidadãos por Coimbra e 21 contra de PSD, CDS-PP, PPM e Nós, Cidadãos!, partidos que fazem parte da coligação Juntos Somos Coimbra, que lidera a Câmara Municipal, mas que não tem a maioria na Assembleia.

O documento, lido pelo deputado socialista Rui Claro, critica os aumentos de 2,7% das tarifas de água e saneamento (com exceção da tarifa social) e do aumento de 6,11% dos preços dos bilhetes ocasionais (cerca de dez cêntimos) dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) -- o valor dos passes mantém-se inalterado.

Na moção, é expressado "total repúdio pela inoportunidade do aumento das tarifas da água, saneamento e transportes públicos, que demonstram uma indesculpável insensibilidade social da coligação Juntos Somos Coimbra", num momento "extremamente difícil para as famílias, prejudicando as mais vulneráveis com políticas desesperadas para angariar receitas municipais".

O documento aprovado insta ainda o executivo "a adotar medidas de apoio às famílias, empresas e associações que permitam mitigar os efeitos nefastos da inflação e do aumento das taxas de juro do crédito habitação".

Aquando da aprovação do tarifário dos SMTUC, o executivo realçou que o custo do bilhete a bordo, passando a custar 1,7 euros em 2023, continua abaixo do valor praticado em Lisboa e no Porto, que é de dois euros.

Já o aumento da fatura da água acompanha a atualização de 2,7% dos preços do abastecimento e saneamento em alta por parte da Águas do Centro Litoral (AdCL).

O presidente da Câmara, José Manuel Silva, realçou que também ele é "contra aumentos", mas sublinhou que, no caso da Águas de Coimbra, a atualização deve-se à necessidade de sustentabilidade da empresa municipal (que registou um prejuízo de 2,2 milhões de euros em 2021) e à necessidade de ter receitas para poder fazer obras.

"Não querem que a Águas de Coimbra tenha meios para fazer obras, mas querem que a Águas de Coimbra faça obras", protestou o autarca, acusando as posições do PS de serem "demagógicas".

Sobre a insensibilidade social de que é acusado, José Manuel Silva realçou que a tarifa social e os passes se mantêm inalterados, recordando ainda que o aumento dos bilhetes a bordo foi aprovado na Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, onde "todos os presidentes de Câmara socialistas votaram a favor".

"Não façam demagogia que não convence ninguém", protestou.

Durante o período antes da ordem do dia, António Vilhena, do PS, acusou o atual executivo de "desinvestimento" e "cortes cegos", considerando o atual orçamento o "pior do século XXI da Câmara de Coimbra".

"Isto é uma mão cheia de nada. José Manuel Silva continuará agarrado ao seu peluche dos seus sonhos de menino. Não se vislumbra pouco mais do que um sonho", disse.

Na resposta, José Manuel Silva afirmou que se nota que António Vilhena "anda muito triste por ter perdido a prebenda da Casa da Escrita, mas isso passa-lhe", fazendo alusão a um contrato de ajuste direto de mais de 20 mil euros que o deputado do PS teve para assessorar durante um ano aquele espaço municipal, celebrado durante o anterior executivo, de maioria PS.

Na sequência, António Vilhena acusou o presidente da Câmara de Coimbra de "canalhice", assegurando que anda "feliz e contente".

Após as acusações, o presidente da Assembleia Municipal, Luís Marinho, chamou a atenção para a forma como os presentes se dirigem uns aos outros.

"Referi factos, não é canalhice", respondeu José Manuel Silva.

Leia Também: Coimbra aprova orçamento superior a 21 milhões de euros para 2023

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