André Ventura assumiu esta posição em declarações aos jornalistas momentos antes de votar nas eleições internas para o Congresso Nacional do Chega, que se realizará entre 27 e 29 deste mês, em Santarém.
Manifestantes apoiantes de Jair Bolsonaro invadiram hoje o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sede dos poderes legislativo, executivo e judiciário, num protesto violento na capital do Brasil.
Perante os jornalistas, André Ventura começou por advertir que, no momento em que falava, ainda dispunha de pouca informação sobre estes acontecimentos em Brasília, mas adiantou que, seja qual for o motivo da indignação por Lula da Silva ter chegado a Presidente do Brasil, estes episódios merecem condenação.
"Este é um dia negro e triste para o Brasil. Às vezes, os líderes têm de ir contra os seus próprios movimentos e apoiantes para fazer valer as regras democráticas", declarou.
André Ventura afirmou depois esperar "a defesa da democracia, independentemente de quem esteja em causa" nestes episódios.
"E esse é o apelo que faço [ao ex] Presidente Jair Bolsonaro e ao Partido Liberal [do Brasil] que serene os ânimos e que possa dar às autoridades novamente condições de ocupar os edifícios da democracia brasileira", disse.
O presidente do Chega considerou que se compreende que muitos brasileiros "sintam uma tremenda revolta, injustiça e indignação" após Lula da Silva ter sido empossado presidente do Brasil.
"Eu sinto-o também, mas há que fazer escolhas em democracia: Ou lutamos dentro da democracia instituições; ou, pela força, tenta-se subverter as instituições. Não sabemos o que está a acontecer no Brasil, mas espero, evidentemente, que os nossos aliados não tenham, participação direta nestes factos e não tenham qualquer ação de comando sobre estes factos", salientou.
Caso tenham participação direta nesta invasão, André Ventura advertiu desde já que os criticará, porque "se deve lutar dentro da democracia".
"Estamos a procurar obter informação junto do Partido Liberal, do Brasil, sobre o que se está a passar. Logo que o Chega tenha o quadro mais completo, terá uma reação formal a esta situação, que é delicada, porque o próprio Supremo Tribunal Federal estaria em vias de ser invadido. Ora, isto é a subversão total e não podemos pactuar, por muita raiva e revolta que haja - e eu também a tenho", reforçou.
Leia Também: Escolha de Galamba é "uma afronta ao Estado de direito e aos portugueses"