Um pouco por todo o país, professores de Norte a Sul estão em protesto contra as decisões do atual Executivo, o que levou ao encerramento de várias escolas.
A E.B. António Corria de Oliveira, em Esposende, que esta quarta-feira não abriu portas, é uma delas, e as reivindicações são várias.
Ao Notícias ao Minuto, a professora Elisabete Lamela explicou que, para além das reivindicações já veiculadas por vários docentes na comunicação social - contrárias à "municipalização" da Educação -, os professores esta quarta-feira em protesto nessa escola exigem também "recuperar o tempo de serviço que nos roubaram e lutar por todos os nossos direitos".
"Todos os funcionários públicos vão recuperar o tempo de serviço, só nós é que somos os filhos segundos", lamenta a docente, apontando ainda o dedo às vagas de acesso ao quinto e ao sétimo escalão da carreira. "Essa avaliação está a pôr-nos uns contra os outros porque vemos colegas a progredirem e outros, que trabalham o mesmo, a não conseguirem porque não há vaga. Estamos 20 ou 15 anos no mesmo escalão e não saímos dali. Essa é outra grande luta em que não vamos desistir até que o Governo acabe com as quotas", considera.
A 9 de dezembro, o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) deu início a uma greve por tempo indeterminado, que deverá manter-se, pelo menos, até ao final deste mês, estando prevista uma marcha em Lisboa no sábado. Desde então, outras estruturas sindicais promoveram protestos por todo o país, levando a vários fechos de escola nesta semana.
Ao Notícias ao Minuto, no entanto, Elisabete Lamela esclareceu que este protesto específico não está ligado a nenhum movimento sindical, sendo, sim, organizado "por conta própria".
O fecho das escolas levou, entretanto, alguns pais a recear os efeitos nefastos das mesmas nos estudantes. "Não questionamos a legitimidade de se fazer greve, mas não podemos deixar de estar preocupados e esta é a nossa principal responsabilidade, com as aprendizagens e com as condições socioeducativas das famílias", diz a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) em comunicado, continuando: "Qualquer perturbação no normal funcionamento das escolas tem maior impacto nas famílias e nos alunos mais vulneráveis e este tipo de greve é ainda mais penalizadora para estas famílias e para estes alunos."
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