O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considerou, este sábado, que a investigação às alegadas más práticas clínicas no Hospital Fernando Fonseca (HFF), que serve a população dos concelhos da Amadora e Sintra, deverá estar concluída "nos próximos dias", de modo "sossegar a opinião pública".
Em declarações aos jornalistas à margem da homenagem ao médico Miller Guerra, em Vila Flor, Pizarro sublinhou que "todas [as] denuncias são acompanhadas com preocupação", assegurando que os casos de alegada má prática no Amadora-Sintra estão a ser investigados não só pelo Estado, através da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, como também pela Ordem dos Médicos.
O responsável disse, nessa linha, esperar "que haja uma decisão muito célere sobre o resultado dessa investigação", já que "ou quem denuncia tem razão e isso tem de ser corrigido de imediato, ou quem denuncia não tem razão e isso também tem de ser punido de imediato".
"A opinião pública não pode ficar com esta indecisão, mas quero manifestar a minha enorme confiança na qualidade da prestação clínica da esmagadora maioria dos médicos portugueses em geral, e em especial dos médicos e dos cirurgiões do Amadora-Sintra. Teremos de apurar aquelas denuncias […] com toda a brevidade", complementou.
O responsável rejeitou a tese de que o caso se esteja a "arrastar no tempo", revelando que a sua "métrica para que haja uma resposta é os próximos dias".
"[Espero] que haja conclusões que permitam sossegar a opinião pública, porque não tenho dúvida nenhuma de que os profissionais desse serviço e desse hospital são pessoas qualificadas, que fizeram um percurso formativo muito exigente, que têm a sua diferenciação profissional reconhecida pela Ordem dos Médicos e pelo Estado, e que são pessoas que trabalham em prol do bem de cada doente que está a seu cargo", rematou.
De notar que, na sexta-feira, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) anunciou a abertura de uma investigação na sequência de denúncias, divulgadas pelo jornal Expresso, que davam conta de que mais de 20 doentes operados naquela unidade hospitalar "morreram ou ficaram mutilados", alegadamente por más práticas médicas.
Por seu turno, a diretora clínica do HFF - também conhecido como Hospital Amadora-Sintra -, Ana Valverde, garantiu, numa mensagem em vídeo, que as averiguações "serão levadas às últimas consequências" e que, "se houve erro, não será ignorado".
Segundo o Expresso, os casos remontam ao ano passado e foram comunicados à direção clínica daquela unidade hospitalar no início de outubro, visando 17 doentes, e no final de novembro, com outras cinco denuncias.
A Ordem dos Médicos foi informada sobre as suspeitas por correio eletrónico, na qual, de acordo com o mesmo meio, os denunciantes escrevem que a "denúncia não se centra num médico em particular, mas sim numa situação sistémica".
[Notícia atualizada às 17h53]
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