"Ainda é poucochinho". FNE admite evolução mas pondera juntar-se à greve

O sindicato de professores reuniu-se com o Ministério da Educação, depois de dias de enorme contestação, de uma manifestação com milhares de docentes em Lisboa e no meio de uma greve que tem obrigado ao encerramento de escolas.

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Hélio Carvalho
18/01/2023 19:05 ‧ 18/01/2023 por Hélio Carvalho

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Saído da reunião com o Ministério da Educação, o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE) aceitou que houve algum progresso nas negociações desta quarta-feira, mas salientou que ainda foi "poucochinho" perante as exigências e o descontentamento dos professores.

Em declarações aos jornalistas, João Dias da Silva salientou que o Governo continua a não convergir com os representantes dos professores em matérias cruciais.

"É poucochinho. Aquilo que dissemos ao Ministério da Educação é que isto ainda é bastante poucochinho. Mas as negociações fizeram-se para ir avançado e há uma evolução, e esperamos que na próxima reunião continue a haver evoluções nessa matéria", afirmou o sindicalista.

João Dias da Silva mostrou-se, no entanto, "insatisfeito" com a "lentidão" das negociações, especialmente no que diz respeito à situação remuneratória dos docentes.

Mas o dirigente de um dos sindicatos dos professores, que negoceia esta quarta-feira com o Governo, foi algo relutante em admitir a adesão da FNE à greve de professores, preferindo constatar que "há aqui um conjunto de nadas que faz com que a FNE precise de sublinhar a sua intervenção negocial com outras formulações de insatisfação pública".

"A FNE pondera estabelecer outros mecanismos de afirmação do descontentamento dos professores. Apostou na negociação até agora e estamos a ponderar a sustentabilidade da lentidão com que não podemos aceitar", reiterou, ainda que o representante sindical saia do Ministério "com vontade de continuar a apostar na negociação".

Esta quarta-feira, o Governo reúne com os sindicatos, numa ronda de negociações que durará até sexta-feira e que visa responder à contestação dos últimos dias por parte dos professores e de todo o setor educativo.

A FNE vai ainda "apresentar na próxima semana um documento que vai conter a apreciação com as contrapropostas, e é evidente que não deixaremos de dar expressão à insatisfação dos professores".

"Nós só temos estabilidade quando as escolas têm, nos seus quadros, os professores de que precisam para funcionarem", reiterou, acrescentando que o objetivo da FNE é "impedir que as escolas tenham de pedir ao Ministério mais professores para abrir no mês de setembro".

João Dias da Silva comentou ainda o anúncio do Governo de vincular cerca de 10 mil professores em 2024, apontando que a federação pede que o número "seja superior", pedindo 14 mil educadores e professores em 2024. "Corresponde àquilo que são as efetivas necessidades das escolas para acabarmos o recurso à precariedade", afirmou.

Leia Também: Ministério quer reduzir n.º de professores retidos no 4.º e 6.º escalões

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