O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, comentou, esta quinta-feira, a greve levada a cabo pelos professores de todo o país. Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, o chefe de Estado afirmou que a greve “teve um mérito”
“A sensação que o cidadão comum tinha, que o ‘Zé Povinha’ tinha, era esta: é de que não havia maneira de se entenderem [Governo e professores] porque não estavam a falar na mesma linguagem e, portanto, não havia um ponto mínimo de partida para poderem falar”, explicou, frisando que “aí a luta dos professores teve um mérito”.
Também “teve mérito” o facto de o Governo “ter agora tomado a consciência de que devia avançar com formulações escritas e propostas escritas, mais concretas, em pontos sensíveis para os professores”.
Marcelo afirmou que há “questões que estão resolvidas”, mas reconheceu que o Governo está “disposto a falar sobre a área em que o professor pode ser colocado e a distância em relação à sua residência” e que “há uma abertura para uma maior vinculação de professores” e para “o estatuto de escalões”.
“Há um ponto de partida e aquilo que eu desejo é que o diálogo continue”, disse, reconhecendo, no entanto, "é do interesse de todos" a que se chegue a uma "solução a que agrade ao maior número de interessados".
O chefe de Estado afirmou que o país está "numa luta contra o relógio" porque "em muitos dos casos não houve aulas" e "há uma diferença entre os que tiveram [aulas] e os que não tiveram". "Importa que a escola pública não seja prejudicada", frisou.
Os professores estão em greve desde 9 de dezembro, estando a decorrer, atualmente, três greves distintas convocadas por várias organizações sindicais.
Atualmente decorre a terceira ronda negocial entre o Governo e os sindicatos.
[Notícia atualizada às 12h00]
Leia Também: Marcelo lamenta morte de jornalista António Amorim