Eduardo Oliveira e Sousa falava à comunicação social no início da concentração para a manifestação de hoje na cidade transmontana do distrito de Bragança com a expectativa de "ultrapassar as cinco mil pessoas e 200 ou 300 tratores" na marcha até à sede da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN).
Esta direção regional está sem diretor, assim como o Governo ficou sem secretário de Estado da Agricultura, depois de Carla Alves, que dirigia o organismo regional ter sido nomeada e se ter demitido imediatamente a seguir da Secretaria de Estado.
"A DRAPN, neste momento, não tem diretor porque há aquele episódio da senhora diretora ter sido convidada para a Secretaria de Estado da Agricultura e esteve lá 24 horas e agora nem é secretária de Estado, nem é diretora regional", observou o presidente da CAP.
Para Eduardo Oliveira e Sousa, "a direção regional estar sem comando, é inadmissível", assim como a resposta da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, sobre a falta de secretário de Estado.
"Nós perguntámos à senhora ministra quando é que vai ter um secretário de Estado, [respondeu] quando for preciso. Então agora não é preciso? O Ministério da Agricultura tinha três secretários de Estado, tinha um das florestas, tinha um para o desenvolvimento rural, tinha um para os assuntos gerais da agricultura, nem esse agora tem. O que é que é sobra", questionou.
Para o presidente da CAP, com este caminho "vão desmanchar ainda mais o Ministério da Agricultura".
"É para aí que nós caminhamos e nós não aceitamos isso de maneira nenhuma", afirmou.
O protesto de hoje em Mirandela é o primeiro de vários agendados pela CAP, em várias zonas do país para contestar a centralização nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) das competências das direções regionais de agricultura.
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