JMJ? "É de bom senso" que custos não tenham dimensão anunciada
O secretário-geral do PCP defendeu hoje que "é de bom senso" que os custos com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023 não tenham a dimensão anunciada, apesar de reconhecer o interesse do investimento público em iniciativas deste tipo.
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País PCP
"Acho que é de bom senso, não vale a pena estarmos a aprofundar muito porque é de bom senso. Julgo que não seja muito apropriado valores desta dimensão, em função também da nossa situação", defendeu Paulo Raimundo, em declarações à Lusa e à RTP no final de uma iniciativa sobre saúde materna, em Lisboa.
Acompanhado pelo dirigente comunista Bernardino Soares, o líder do PCP foi interrogado sobre as críticas que têm vindo a público, relacionadas com os custos anunciados para este evento que se realiza em Lisboa, entre os dias 01 e 06 de agosto.
Paulo Raimundo afirmou que o PCP não nega "o interesse do investimento público em iniciativas com esta dimensão", de cariz internacional, mas ressalvou que tal não quer dizer que o partido concorde com "os valores em cima da mesa".
"As pessoas confrontam-se todos os dias com uma situação gravíssima do ponto de vista social, não têm dinheiro para comprar alimentos e bens essenciais, estão a ser roubados no seu salário e na sua pensão, e depois veem coisas destas é normal que a reação não seja muito positiva, compreendemos essas reações, naturalmente", completou.
A despesa do Estado com a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, em agosto, será de 30 milhões de euros, segundo uma nota emitida hoje pelo Governo.
A realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa terá um custo de pelo menos 161 milhões de euros, segundo as estimativas apresentadas pela Igreja Católica, pelo Governo e pelos municípios de Lisboa e Loures.
Os custos da JMJ têm estado em destaque esta semana depois de ser conhecido que a construção do altar-palco do espaço do Parque Tejo (com nove metros de altura e capacidade para 2.000 pessoas), a cargo do município da capital, foi adjudicada à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se ainda a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.
A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.
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