Fenprof garante que não abdica de "linhas vermelhas" dos professores

O secretário-geral da Fenprof disse hoje em Leiria que há linhas vermelhas de que a federação sindical não irá abdicar na negociação com o Governo na quinta-feira, estando agendado um encontro entre sindicatos para definirem uma posição.

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Lusa
30/01/2023 13:45 ‧ 30/01/2023 por Lusa

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Professores

Mário Nogueira acompanhou hoje a manifestação distrital marcada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) para Leiria, onde enumerou várias 'linhas vermelhas', que considera serem inultrapassáveis para os professores.

"Posso enumerar três: Haver vinculação de professores em que os mais graduados, com 15 e 20 anos de serviço, ficam de fora e outros colegas, com quatro ou cinco anos, possam vincular. Estes devem vincular, mas os outros também. Professores efetivos dos quadros das escolas que passem a ser professores de QZP [Quadro de Zona Pedagógica], podendo os diretores decidir a sua colocação em outras escolas. Continuar a não querer contar o tempo de serviço dos professores", destacou.

Mário Nogueira apontou ainda reivindicações que estão "num vermelho tão escuro que ninguém poderá por o pé", como "continuar a impedir a progressão com vagas e a aplicar quotas na avaliação, mobilidade por doença, técnicos especializados".

Na quinta-feira haverá nova ronda negocial entre os sindicatos e o Ministério da Educação. O secretário-geral da Fenprof congratula-se por o encontro ser com "uma mesa negocial única" com os principais sindicatos presentes.

"Pensamos que isso dá mais força às organizações. Poderemos ir falar a uma só voz. Se for só uma mesa, e não quatro como até aqui, ganham os professores. Fizemos muita questão que assim fosse e finalmente a partir de agora, dia 02, assim vai ser", afirmou.

Nesta ronda negocial, Mário Nogueira espera que o "Governo deixe de não querer ouvir esta pressão dos professores".

"Se o Governo souber ouvir estou completamente certo que terá de alterar algumas posições e de perceber que os professores do continente não são diferentes dos professores da Madeira e dos Açores, que estão, e bem, a contar o seu tempo e não têm vagas nem quotas", reforçou.

Mário Nogueira revelou que depois de ter na sua posse o projeto do Ministério da Educação, irá promover com as outras organizações sindicais "um dia D para por os colegas a discutirem o documento" e perceber "o que é inultrapassável" e como vão continuar a luta.

"A Fenprof honrará o que vier dessas discussões. Quando os professores dizem que há linhas vermelhas, em negociação não podemos dizer que são amarelas. São mesmo vermelhas", afirmou.

Segundo Mário Nogueira, a manifestação em Leiria reuniu cerca de cinco mil pessoas, a greve que está decorrer por distritos teve uma adesão de "mais de 95%" e "varreu praticamente todo o distrito de Leiria".

"Não é uma surpresa. Os professores não aceitam continuar a ser maltratados, desvalorizados, desrespeitados e desconsiderados", frisou.

Sobre os serviços mínimos decretados pelo Colégio Arbitral, Mário Nogueira apelou para que os docentes avisem caso sejam impedidos de fazer greve. "Até ao dia 08 a greve por distrito, que termina no Porto, não tem serviços mínimos decretados e se algum professor que quiser fazer greve ao abrigo deste pré-aviso não puder ou não o permitirem isso constitui uma grave violação da lei e iremos agir em conformidade", avisou.

Não obstante, o secretário-geral da Fenprof, considera que "estes serviços mínimos são um abuso, uma vergonha e um atentado à liberdade de exercício do direito à greve".

Leia Também: Serviços mínimos? "Precedente pode pôr em causa direito à greve"

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