Joana Bordalo e Sá, presidente da Comissão Executiva da FNAM (Federação Nacional dos Médicos), revelou hoje, em declarações à RTP3, que as negociações levadas a cabo, esta quarta-feira, com o Ministério da Saúde não correram como esperado.
"Hoje, infelizmente, não correu bem. Continuamos no mesmo impasse. Estamos neste processo há longos meses, estas reuniões começam a revelar-se perfeitamente inúteis", considerou a representante da FNAM.
Isto porque, elaborou, estamos a "1 de fevereiro de 2023 e não temos, ainda, nenhuma medida concreta que resolva os problemas do SNS (Serviço Nacional de Saúde)".
E apontou, neste âmbito: "A FNAM fez trabalho, apresentou propostas, mas da parte do Governo, da equipa ministerial, não temos ainda nenhuma medida concreta que ajude a resolver o problema dos médicos e a salvar o SNS".
Tudo isto levou Joana Bordalo e Sá a fazer um anúncio: "Fomos obrigados a informar que vamos emitir um pré-aviso de greve". E acrescentou: "Não temos mesmo outra alternativa neste momento. Esta equipa ministerial está a empurrar-nos para isso".
A representante desta federação garantiu que "esta não era a medida" que pretendiam "tomar", "lamentando", desde já, o facto de que "doentes vão ver as suas consultas e cirurgias adiadas". Porém, apontou, esta também é "uma luta pelos doentes", para que estes tenham "acesso e qualidade na prestação de cuidados médicos no SNS".
Joana Bordalo e Sá disse, em declarações à RTP3, que as datas para essa greve ainda não tinham sido determinadas e que seriam, agora, "definidas internamente", de forma a serem depois "anunciadas formalmente no seu tempo devido".
Mas, entretanto, um comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso dá conta de que esta greve nacional de médicos já terá sido agendada pela FNAM para os dias 8 e 9 de março.
Na ótica desta entidade, o que o SNS precisa, neste momento, é "que os médicos tenham as suas condições de trabalho valorizadas e salários dignos. Porque, sem isso, os médicos vão emigrar, fugir para o setor privado e a população vai continuar a ficar a descoberto".
Neste âmbito, a presidente da Comissão Executiva da FNAM garantiu ainda que esta federação quer, efetivamente, "ser parte da solução" e "está perfeitamente disponível para negociar". Como explicou, o facto de se ter emitido este pré-aviso de greve "não significa" que a FNAM "esteja de fora das negociações".
Joana Bordalo e Sá avançou que a próxima reunião entre o Governo e os sindicatos está marcada para o próximo dia 8 de fevereiro.
Em causa estão negociações que, em cima da mesa, colocam temas como normas particulares de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência, a dedicação plena prevista no novo Estatuto do SNS e a revisão das grelhas salariais, de acordo com a agência Lusa.
[Notícia atualizada às 17h17]
Leia Também: Face ao frio que teima em ficar, recorde o que fazer para se proteger