Afinal, se Portugal sofresse um sismo idêntico ao que a Turquia viu acontecer esta segunda-feira, "as condições seriam semelhantes às que estamos a ver agora", apontou o Engenheiro do Instituto Superior Técnico e especialista em Construções Antissísmicas.
Entrevistado pela SIC Notícias esta segunda-feira, Mário Lopes, num paralelismo entre Portugal e a Turquia, dá conta que "a maior parte de Lisboa ficava igual à Turquia".
Segundo o engenheiro, "em Portugal há de tudo [prédios] - do bom e do mau - e, ás vezes, uns ao lado dos outros e não se consegue ver as diferenças".
As catástrofes que advêm dos sismos "não têm a ver com o facto de os edifícios não resistirem", mas sim "a construção não ser sólida o suficiente para resistir". "O problema é o que não é feito. Para poupar dinheiro fazem-se as coisas mal feitas", apontou.
"No nosso país não há uma fiscalização sistemática do cumprimento das regras e muitas vezes até é feita pelos donos da obra", proferiu, atirando culpas à "incompetência e corrupção" entre a regulamentação "em que obriga a fazer as coisas bem feitas e as casas finais onde as pessoas vivem".
Mário Lopes sustenta que estes aspetos levam a que "as construções tenham muito menos resistência do que deveriam ter de acordo com a regulamentação".
"Isto existirá em todos os países do mundo e, por isso, depende um bocado da honestidade e competência das pessoas que intervêm no processo de construção", rematou.
Mais de 3.500 pessoas morreram hoje após um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter e das réplicas que atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria, segundo o balanço provisório das autoridades locais.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o tremor de terra que ocorreu hoje registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas.
O sismo ocorreu às 04h17 (01h17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia e próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.
O tremor de terra atingiu o sudeste da Turquia e a Síria e é considerado o maior desde 1939. O tremor de 7,8 de magnitude também se fez sentir no Líbano, Chipre, Israel e Jordânia.
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