Em declarações aos jornalistas, Ana Abrunhosa disse que nas cinco sessões, efetuadas nas últimas semanas, participaram autarcas em representação de 225 dos 278 municípios do Continente, que suscitaram questões diversas sobre a problemática dos fogos rurais.
Na sua ótica, nos debates realizados, "ficaram claros os objetivos" para o futuro, designadamente para 2023, ao nível da "prevenção, necessidade de meios de combate e uma nova forma de organização" da Proteção Civil, ajustada recentemente ao território das comunidades intermunicipais (CIM).
A ministra da Coesão Territorial falava no final da última das cinco reuniões sobre esta matéria, na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), na qual foram igualmente apresentados os fundos europeus disponíveis nesta área.
Para Ana Abrunhosa, antiga presidente da CCDRC, a ronda que o Governo terminou hoje "teve um saldo muito positivo".
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), recordou, reserva 600 milhões de euros para "a proteção das aldeias" em espaço florestal e "para as tornar mais resilientes".
A ministra admitiu, neste contexto, que a manutenção das faixas de combustão "implica elevados custos", o que tem levado os municípios a "pedir ajuda" ao Governo.
Entretanto, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que participou na reunião, em Coimbra, mas teve de sair mais cedo, está empenhado em "encontrar uma solução" para esta questão, "reiteradamente levantada" pelos autarcas presentes nestas reuniões.
Ana Abrunhosa frisou, por outro lado, que também os corpos de bombeiros, profissionais ou voluntários, são "envolvidos nas soluções de proteção", através de reuniões promovidas pela Secretaria de Estado da Proteção Civil.
Também presente no encontro de hoje, a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, afirmou aos jornalistas que uma maior incidência de incêndios no Centro do país está associada, sobretudo, à "falta de atividade agrícola".
"A região Centro é uma mancha branca por falta de atividade agrícola", adiantou, para salientar a importância de novas ajudas do Governo ao setor, com vista a "fixar pessoas" e incentivar a agricultura, a pecuária e demais explorações afins.
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