"Prevê-se que um dos agregados familiares se autonomize ainda hoje, mas, se isso não se confirmar, continuará a receber apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa", disse à agência Lusa fonte da instituição, acrescentando que os migrantes desalojados também vão ter apoio na obtenção de "documentação e em termos de empregabilidade".
Segundo a mesma fonte, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a apoiar um total de 13 pessoas desalojadas, três agregados familiares de três pessoas cada um, sendo um desses agregados de nacionalidade indiana e os outros dois do Bangladesh, além de mais quatro cidadãos de origem indiana.
No sábado à noite, um incêndio que deflagrou num prédio na Rua do Terreirinho provocou dois mortos, de nacionalidade indiana, e 14 feridos, todos já com alta hospitalar.
Segundo informação disponibilizada já no fim de semana pelas autoridades, o incêndio afetou diretamente um total de 25 pessoas, 24 residentes e um não residente, e causou a morte de dois cidadãos indianos, um dos quais um jovem de 14 anos.
Na segunda-feira, o Serviço Municipal de Proteção Civil realizou uma vistoria para avaliação do estado de conservação do edifício, tendo concluído que a parte estrutural do prédio não foi afetada, mas que o mesmo não reúne condições de habitabilidade.
As causas do incêndio ainda não são conhecidas, estando a ser investigadas pela Polícia Judiciária.
Questionado pela agência Lusa, o Alto Comissariado para as Migrações (ACM) revelou hoje que entrou em contacto com os serviços de emergência e proteção civil do município e com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa logo teve conhecimento do incêndio, com o objetivo de acompanhar a situação e disponibilizar apoio.
"As pessoas afetadas tiveram resposta de alojamento através da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tendo sido garantido todo o apoio necessário, mantendo-se o ACM em articulação com as entidades envolvidas no acompanhamento da situação", acrescenta.
O ACM salienta ainda que, no âmbito das suas competências, através da sua Rede Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (RNAIM), "promove um trabalho conjunto e articulado com o poder local e entidades da sociedade civil".
"Este trabalho visa acompanhar proativamente os processos de acolhimento e integração de cidadãos migrantes nos diferentes territórios a nível nacional, atendendo às suas especificidades, procurando prevenir e identificar vulnerabilidades, bem como apoiar as autarquias na concretização de soluções conjuntas e coordenadas para dar resposta aos desafios dos territórios", sublinha o Alto Comissariado para as Migrações.
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