Parlamento lamenta morte de compositor Jorge Constante Pereira
A Assembleia da República aprovou hoje, por unanimidade, um voto de pesar apresentado pelo BE pela morte do compositor e dramaturgo Jorge Constante Pereira, aos 81 anos.
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"A morte de Jorge Constante é uma perda para a música, para milhares de crianças e jovens que com ele se formaram, para colegas, amigos e família. A Assembleia da República expressa o seu profundo pesar pelo falecimento de Jorge Constante Pereira e apresenta as suas condolências aos seus familiares e amigos", refere o texto do voto.
Compositor, dramaturgo e pioneiro da terapia da psicomotricidade em Portugal, com um percurso associado à cidade do Porto, faleceu em Matosinhos, no passado dia 31 de janeiro.
Terapeuta da Psicomotricidade formado pelo Instituto das Ciências da Educação da Universidade de Genebra, orientou as cadeiras de Psicologia da Educação e do Desenvolvimento na Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, onde dirigiu o Centro de Estudos de Comunicação do Instituto de Investigação Científica.
"É, no entanto, como compositor e dramaturgo que o público conhece as criações que nos bastidores animou e impregnou de música", refere o voto do BE, realçando que um dos seus primeiros trabalhos como compositor musical foi o disco de 1975 Cantigas de Ida e Volta, onde musicou os poemas de Sidónio Muralha, Matilde Rosa Araújo e Maria Alberta Menéres, interpretados por Fausto, Vitorino e Sérgio Godinho.
"Este foi um dos primeiros discos integralmente dedicado ao universo infantil no pós 25 de Abril", salientam.
Jorge Constante Pereira escreveu, por exemplo, a Canção dos Abraços, e em projetos para televisão, como A Árvore dos Patafúrdios ou Os Amigos do Gaspar, em co-autoria com João Paulo Seara Cardoso e Sérgio Godinho para a RTP-Porto, e para os quais compôs dezenas de canções.
"Amigo de José Mário Branco e de Sérgio Godinho, parceiros que põe em contacto em Paris onde ambos se encontravam exilados, Jorge Constante Pereira consta também da lista de Presos e Perseguidos Políticos do tempo da ditadura", destaca o BE, considerando que "viveu uma vida de compromisso, e influenciou com o seu génio acelerado o mundo das marionetas e dos projetos infantis que impregnava com a sua música".
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