"Estamos a fechar o orçamento. Não somos nem profissionais nem especialistas, mas estamos a contar com a ajuda de muita gente. Vamos incorporar naquilo que são os compromissos do orçamento da fundação [JMJ] o palco do Parque Eduardo VII", disse o bispo Américo Aguiar, presidente da fundação responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa, no dia em que foi anunciado que o palco-altar que receberá o Papa Francisco vai, afinal, custar 2,9 milhões de euros, em vez dos 4,2 milhões inicialmente anunciados.
"Qual é o financiamento de tudo aquilo que a Igreja assume no orçamento da Fundação JMJ? É a colaboração de privados, empresas, famílias, pessoas singulares e aquilo que é o pagamento que os jovens fazem, não de se inscreverem ou de participar, porque ninguém paga para participar, mas sim os serviços que os jovens delegam na organização", explicou ainda o bispo.
D. Américo Aguiar assumiu, ainda, qual será o pensamento uma vez feitas as contas no fim do evento, que decorre entre 1 e 6 de agosto. "No final, se der zero, bonito. No final, se der negativo, vou ter de resolver. No final, se der positivo, já dissemos, vamos devolver até ao cêntimo para que as cidades envolvidas possa fazer repercutir esse superavit em projetos ligados à juventude."
Palco no Parque Eduardo VII é para ficar, e vai integrado no orçamento da JMJ
O bispo falava numa conferência de imprensa junto do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, onde defendeu a manutenção do palco previsto para o Parque Eduardo VII, cuja eliminação esteve sobre a mesa, anunciando que estará integrado no seu orçamento. Isto por achar que "era muito importante a presença dos jovens no Parque Eduardo VII, por causa da vivência da cidade".
"Era muito pobre colocar um milhão de pessoas no Parque Tejo durante uma semana, e muito complicado a muitos níveis. Portanto era importante manter a opção do Parque Eduardo VII", argumentou, apelando: "Peço que acreditem que estamos a fazer o melhor, com toda a transparência, abertura e consciência que somos pequeninos e limitados, que não somos a última Coca Cola do deserto."
Sublinhando que a organização da jornada conta já com quase meio milhão de intenções de jovens de praticamente todos os países do mundo -- "faltam 14 ou 15" -, Américo Aguiar afirmou que a organização tem "consciência do desafio" que tem entre mãos.
"Pedimos aos portugueses que confiem e, aos a quem puder pedir isto, que rezem. Nós somos capazes de fazer o melhor. Aqui junto à varanda onde foi proclamada a República quero dizer que vamos fazer a melhor JMJ de sempre", afirmou o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023.
Américo Aguiar disse também que os últimos 15 dias "foram muitíssimo intensos", mostrando-se grato "pelo escrutínio que foi feito e pelo que será feito até ao fim" da jornada.
Assegurando que a Igreja não tem "nenhuma queixa de ninguém, nem de nenhuma área (...), têm sido incansáveis em ajudar", o bispo auxiliar de Lisboa aludiu indiretamente às críticas feitas aos valores inicialmente apontados para o altar-palco a erigir no Parque-Tejo (4,2 milhões de euros), afirmando que lhe "dói, como cidadão e como bispo", que por vezes os organizadores sejam "vistos somos ladrões".
"Este acontecimento será único. Estamos a aprender e queremos fazer bem. Os portugueses podem confiar", disse o prelado, para quem a JMJ será "um acontecimento esmagador", que fará com que "a cidade de Lisboa, durante uma semana, tenha um suplemento de 10% da população portuguesa".
Na ocasião, o bispo garantiu que tudo será feito com "transparência", admitindo, no entanto, que "há questões de segurança, que não se podem mostrar, não se podem revelar, do Papa e de todas as pessoas" que vão participar.
A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
O Papa Francisco é esperado em Lisboa para participar na JMJ, tendo previstas várias celebrações, entre as quais a Via-Sacra, uma vigília e a missa final.
[Notícia atualizada às 14h14]
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