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Pizarro considera que "as forças do centralismo são muito poderosas"

O ministro da Saúde considerou hoje que "as forças do centralismo são muito poderosas" e que é por isso que ao fim de décadas de democracia Portugal "continua tão centralista", reconhecendo que "há muitas resistências" ao processo de descentralização.

Pizarro considera que "as forças do centralismo são muito poderosas"
Notícias ao Minuto

18:32 - 13/02/23 por Lusa

País Ministro da Saúde

"Acho que há muitas resistências [ao processo de descentralização]. Não é por acaso que ao fim de décadas de democracia o país continua tão centralista como continua, é porque as forças do centralismo são muito poderosas, nós temos que as contrariar com a energia de quem quer uma descentralização efetiva", afirmou Manuel Pizarro, no Porto à margem da apresentação do Plano Municipal de Saúde daquele município.

O titular da pasta da Saúde disse ainda estar "absolutamente certo" de que o Governo e a Câmara Municipal do Porto vão encontrar uma "plataforma de entendimento adequada" para concretizar a descentralização de competências na área da Saúde.

"Tenho a certeza de que quando eu e o Dr. Rui Moreira [presidente da câmara do Porto] assinarmos o auto da descentralização será a transferência adequada de verbas, quer do ponto de vista da visão do Estado central quer do entendimento da Câmara Municipal do Porto", afirmou.

A discursar na apresentação do Plano Municipal de Saúde do Porto, Rui Moreira criticou, mais uma vez, o processo de descentralização em curso: "Para nós, não se trata de uma verdadeira descentralização de competências, mas sim de uma mera transferência de tarefas. As tarefas que o Estado não deseja assumir nem está disposto a pagar", afirmou.

Defendendo que o Estado quer "pura e simplesmente livrar-se de encargos", o autarca independente salientou que "as verbas alocadas aos municípios não cobrem os custos inerentes às competências transferidas".

Quanto às verbas a transferir, Manuel Pizarro afirmou acompanhar o raciocínio do autarca: "Eu estou de acordo com o que o presidente da Câmara Municipal do Porto exprimiu, que esse processo tem que ser neutro do ponto de vista orçamental para as autarquias, isto é, o que o Estado central transfere em termos financeiros tem que ser o montante adequado para que as autarquias realizem (...) o que o Estado central já realizava", disse.

No entanto, sobre o facto de as competências transferidas serem "meras tarefas", o também ex-vereador da autarquia do Porto discorda de Moreira.

"Acho que essa visão é um pouco exagerada, embora eu faça parte dos muitos em Portugal que acreditam que a descentralização deve continuar a ser aprofundada", disse.

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