"Infelizmente, claramente, acho que não vai haver acordo. Esperemos que haja bom senso e que, pelo menos até sexta-feira venham novas propostas que vão ao encontro das exigências de docentes e não docentes", afirmou André Pestana, antes de entrar para a reunião que marca o início da quinta ronda negocial sobre um novo modelo de recrutamento e colocação de professores.
Sexta-feira é o dia já marcado para a segunda reunião desta quinta ronda negocial, que o ministro da Educação já fez saber querer que seja a última sobre a matéria que está em cima da mesa.
André Pestana disse a jornalistas ter sido "uma desconsideração" o Ministério ter enviado com menos de 24 horas o documento com as novas propostas.
Após a análise do documento, o STOP considerou que "o ministério continua a insistir em vários erros", tais como a existência de conselhos de diretores ou a vinculação dinâmica dos contratados que, na opinião de André Pestana, irá "continuar a permitir a ultrapassagem de contratados".
"A mobilidade interna vai prejudicar muitíssimo muitos colegas que têm as suas famílias no norte e que se podiam aproximar e agora vão ficar limitados ao QZP (quadro de zona pedagógica) onde estão efetivados", acrescentou o líder do sindicato que organizou vários protestos nacionais que reuniram milhares de manifestantes em Lisboa.
O STOP foi também o primeiro sindicato a avançar para a greve, que começou em dezembro do ano passado e que tem pré-avisos até março.
As greves do STOP assim como a do Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) levou o Ministério da Educação a pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República sobre a sua legalidade e cujo resultado será divulgado hoje na reunião com os sindicatos.
Aos jornalistas, André Pestana disse que o sindicato "está com total tranquilidade": "Aguardamos o tal parecer e também temos pareceres dos nossos advogados. Quando virmos esse parecer e se, eventualmente, for contrário aos nossos pareceres, vamos enviar para o nosso departamento jurídico para analisar, mas encaramos isso com naturalidade".
Também o secretário-geral da Fenprof considerou, antes de entrar para a reunião, que "não vai haver acordo nenhum" com o Ministério da Educação, acusando a tutela de "voltar atrás" em algumas matérias.
"Não sei se (o Ministério) está a brincar com os professores, se está a brincar aos concursos, se esta a brincar as estabilidades. Já ouvi dizer que o ministro tinha dito que estávamos muito perto do acordo, mas deve ser um acordo entre o senhor ministro e o secretário de estado", afirmou Mário Nogueira, antes de entrar para a quinta ronda negocial sobre um novo modelo de colocação e recrutamento de professores.
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