Fernando Medina deverá ser constituído arguido em caso que envolve a CML

É suspeito de abuso de poder e de participação económica em negócio.

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Notícias ao Minuto
20/02/2023 20:01 ‧ 20/02/2023 por Notícias ao Minuto

País

Ministério das Finanças

O atual ministro das Finanças e antigo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, vai ser constituído arguido no caso da nomeação e contratação do histórico do PS Joaquim Morão para a autarquia.

O governante é suspeito de abuso de poder e participação económica em negócio, avança a CNN Portugal/TVI.

Em causa está o polémico caso da contratação de Joaquim Morão, histórico socialista, quando Medina ainda era presidente da Câmara de Lisboa. 

O atual ministro das Finanças ainda não foi ouvido no processo e pediu para o ser após este ter sido tornado público.

Recorde-se que, em janeiro, a TVI/CNN Portugal noticiou que a Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara de Lisboa por "suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação", numa nomeação para "prestação de serviços que foi assinada em 2015" pelo então presidente da autarquia, Fernando Medina.

O Público avançou depois que, em causa estava a contratação, entre 2015 e 2016, dos serviços de consultadoria do 'histórico' do PS Joaquim Morão, ex-autarca em Idanha-a-Nova e Castelo Branco, para apoio técnico na gestão de projetos e obras municipais.

Questionado, Fernando Medina afirmou ainda não se arrepender da escolha, considerando que Joaquim Morão "desempenhou um bom trabalho na cidade de Lisboa, na coordenação daquela equipa" e que "só uma equipa muito profissional [como aquele] foi capaz de assegurar que as obras se realizassem com o menor transtorno possível".

"O contrato com Joaquim Morão foi por ajuste direto, não foi por concurso", disse ainda Medina, afirmando que a Câmara sabia quem estava a contratar, e manifestando "perplexidade" quando questionado sobre o facto de se falar em favorecimentos ao PS.

"O objeto do contrato está bem definido: acompanhamento do plano de investimentos municipais, assegurar que as obras aconteçam a tempo e horas e a tarefa foi bem cumprida", precisou o ministro à data. 

Segundo a TVI/CNN Portugal, em causa estarão "a viciação das regras para a contratação de um histórico do PS de Castelo Branco com vista à gestão das obras públicas na capital".

"O Ministério Público acredita que o objetivo do esquema visou a angariação de dinheiro em obras públicas, com subornos de empreiteiros, para o financiamento ilícito do PS, através dos chamados sacos azuis", referiu a TVI.

Ainda de acordo com a estação de televisão, as buscas envolveram, além da autarquia, empresas de dois empresários de Castelo Branco, suspeitos de participarem no esquema de angariação de fundos.

"Os alvos, por suspeitas de corrupção, são Joaquim Morão, histórico socialista e ex-autarca de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, e o seu amigo António Realinho, empresário da mesma zona do país, que até já cumpriu pena de prisão por burla", indicou.

[Notícia atualizada às 20h41]

Leia Também: De 'autarca modelo' a suspeito de corrupção. Quem é Joaquim Morão?

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