Em comunicado divulgado na véspera de se assinalar um ano desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que já causou mais de sete mil civis mortos, o organismo da Conferência Episcopal Portuguesa para a caridade social dá conta do trabalho feito não só no apoio à Cáritas Ucrânia, como aos países vizinhos e às famílias que vieram para Portugal para fugir da guerra.
"Até ao momento foi possível responder com um total de 400 mil euros para o apoio nestas três vertentes assumidas desde o início do conflito, mas o trabalho não terminou", refere a Cáritas, acrescentando que esse trabalho tem sido feito através da Cáritas Internacional.
A informação disponível no 'site' da organização portuguesa dá conta de que a Cáritas Portuguesa tinha assumido o compromisso de contribuir com 300 mil euros até ao final de 2022, além de outros 100 mil euros angariados a partir da campanha "Cáritas Ajuda Ucrânia", aplicado através do programa nacional "Vamos Inverter a Curva da Pobreza em Portugal".
"Atualmente, estão a ser apoiadas mais de um milhão e meio de pessoas", refere a Cáritas Portuguesa.
Os 400 mil euros foram distribuídos entre 100 mil euros para Portugal, 160 mil euros para a Ucrânia, 120 mil euros para a Polónia, cinco mil euros para a República Checa e 15 mil euros para a Eslováquia.
Para manter o seu trabalho de apoio à Ucrânia, a Cáritas Portuguesa continua a receber donativos, cujos principais fins são compra de medicamentos, água e saneamento básico, apoio psicossocial, bens essenciais, abrigo e habitação, alimentação, apoio financeiro de emergência, proteção de crianças e idosos e apoio à deslocação de idosos.
O organismo refere que "o impacto do conflito na Ucrânia continua a ultrapassar as fronteiras do país e da região da Europa, afetando pessoas e países em todo o mundo" e que, por isso, há hoje "uma maior consciência da vulnerabilidade e da interdependência como uma família humana".
"Durante este ano, a Cáritas na Ucrânia, com o envolvimento de toda a rede e dos países vizinhos -- Polónia, Roménia, Moldávia, República Checa, Eslováquia, Bulgária e Hungria -- trabalharam de forma incansável no apoio humanitário a mais de 5,3 milhões de pessoas", lê-se no comunicado.
O organismo aproveita para salientar que em todo o mundo houve gestos de solidariedade para com as vítimas, "permitindo um apoio humanitário que se prolonga tanto quanto o conflito".
"Estamos a trabalhar para que estas pessoas que sofrem como resultado desta guerra, possam ter uma perspetiva de recuperação do seu país e, acima de tudo, nunca percam a esperança. Acreditamos que todas as pessoas têm direito a um lugar onde não estão sozinhas ou excluídas, mas pertencem a uma comunidade", conclui a Cáritas Portuguesa.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa na que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), e que segundo estimativas das Nações Unidas já causou a morte de perto de oito mil civis.
Leia Também: Banco da Ucrânia emite nota que marca aniversário da guerra