Isla Bryson, a mulher transgénero que esteve 48 horas numa prisão feminina antes de ser transferida para uma cadeia masculina, foi condenada esta terça-feira a oito anos de prisão por ter violado duas mulheres, avança a BBC.
O juiz disse ainda que Bryson representava um alto risco de reincidência e seria supervisionado por três anos após sair da prisão.
Os crimes foram cometidos quando Isla Bryson era ainda Adam Graham, antes da mudança.
Isla Bryson passou pela transição de homem para mulher enquanto aguardava julgamento por dois casos de violação de duas mulheres, um em 2016 e outro em 2019 - quando ainda respondia pelo nome de Adam Graham.
Durante o processo judicial, Bryson afirmou que descobriu que era transgénero aos quatro anos de idade, mas foi só aos 29, há dois anos, que decidiu tomar hormonas e submeter-se a uma cirurgia.
No entanto, a mulher de Bryson disse ao jornal Daily Mail que a mudança de sexo não passou de uma "farsa" para enganar as autoridades, uma "manobra" para evitar acabar na prisão cercada por "homens grandes e assustadores" e assim obter "uma sentença mais suportável."
O local onde Bryson cumprirá a sua sentença foi muito debatido antes mesmo de um tribunal a ter considerado culpada, com vários grupos políticos e da sociedade civil a discutirem os riscos para a segurança de outras mulheres se ela fosse acolhida na prisão de Cornton Vale.
Bryson permaneceu naquela prisão, a única exclusivamente para mulheres na Escócia, desde que as acusações de violação foram apresentadas.
O caso foi levantado em Holyrood - o Parlamento escocês - pelo líder dos conservadores, Douglas Ross, que garantiu que Bryson é uma "besta", que só começou a mudar de sexo depois das acusações da polícia.
Os deputados do Partido Trabalhista também se manifestaram no mesmo sentido, com Yvette Cooper a dizer que Bryson era um "violador perigoso" que não deveria estar numa prisão feminina.
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