Polémica na Marinha? Marcelo defende "necessidade de manutenção"
A Marinha vai avançar com um processo interno de âmbito disciplinar aos militares em causa que, no passado sábado, se recusaram a embarcar no 'NRP Mondego', alegando razões de segurança, o que levou a Marinha a não cumprir uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, na Madeira.
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País Marinha
O Presidente da República assumiu, esta terça-feira, estar a acompanhar o caso na Marinha Portuguesa, após militares se terem recusado a embarcar no ''NRP Mondego'', no passado sábado, alegando razões de segurança. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda "necessidade de manutenção" para impedir a "degradação das capacidades portuguesas".
"Tenho acompanhado, como imaginam, tudo o que se tem passado, em contacto com a senhora ministra da Defesa Nacional. Por um lado está em curso uma fiscalização que deve ter começado hoje, com uma equipa na Madeira para verificar o que se passa com o navio, e por outro lado, também, o apuramento do porquê da atitude dos militares que apresentaram um conjunto de razões para fundamentar a sua decisão", afirmou.
O chefe de Estado frisou ainda que a "manutenção é uma das prioridades do presente e do futuro próximo". "O orçamento para 2023 já reforçou muito a necessidade de manutenção", diz Marcelo, que reforça essa necessidade, para impedir a "degradação das capacidades portuguesas".
Para o Presidente, é necessário reforçar o financiamento "na Armada, no Exército e na Força Aérea".
Interrogado se houve indisciplina por parte dos militares que recusaram embarcar no NRP Mondego no sábado à noite, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que essa "é uma das componentes da investigação em curso".
O Presidente da República também não se quis pronunciar por enquanto sobre as condições do NRP Mondego: "Pois eu acabei de dizer que a fiscalização vai apurar os factos e avaliar a situação exata do navio".
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na Praia de Supertubos, em Peniche, onde decorre uma prova de elite da Liga Mundial de Surf.
De acordo com um documento elaborado pelos 13 militares em questão, a que a Lusa teve acesso, no sábado à noite o 'NRP Mondego' recebeu ordem para "fazer o acompanhamento de um navio russo a norte do Porto Santo", numa altura em que as previsões meteorológicas "apontavam para ondulação de 2,5 a 3 metros".
Segundo estes 13 militares, o próprio comandante do 'NRP Mondego' "assumiu, perante a guarnição, que não se sentia confortável em largar com as limitações técnicas" do navio. Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais.
Esta ação levou a Marinha a considerar que os 13 operacionais "não cumpriram os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respetivos".
"Estes factos ainda estão a ser apurados em detalhe, e a disciplina e consequências resultantes serão aplicadas em função disso", referiu a Marinha, numa nota enviada à agência Lusa.
O ramo confirmou também que o 'NRP Mondego' estava com "uma avaria num dos motores", mas referiu que a missão que ia desempenhar era "de curta duração e próxima da costa, com boas condições meteo-oceanográficas".
No que se refere às limitações técnicas, a Marinha referiu que os navios de guerra "podem operar em modo bastante degradado sem impacto na segurança", uma vez que têm "sistemas muito complexos e muito redundantes".
[Notícia atualizada às 18h04]
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