O Patriarcado de Lisboa avançou, esta terça-feira, que afastou quatro sacerdotes no ativo e que integram a lista de suspeitos de abusos sexuais elaborada pela Comissão Independente (CI).
Após recebida "uma recomendação relativa à informação que lhe foi entregue pela Comissão Independente, nos passados dias 15 e 16 de março" pela Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, o "Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, determinou o afastamento preventivo (...) de quatro sacerdotes no ativo", lê-se no seu site oficial.
Assim sendo, os padres ficam proibidos "do exercício público do ministério".
O Patriarcado de Lisboa sublinha, no entanto, "que não existe uma acusação formal a nenhum destes sacerdotes que, contudo, ficam assim afastados do exercício público do seu ministério, enquanto decorrem todas as diligências dos seus processos".
"O outro sacerdote referido, que também se encontra no ativo, já tinha sido sujeito a medidas cautelares", acrescenta.
Foi aberta também uma investigação prévia "de cada um dos casos" a pedido dos sacerdotes, "que posteriormente será enviada ao Dicastério para a Doutrina da Fé".
"O Patriarcado de Lisboa continua totalmente empenhado na procura da verdade, assente na tolerância zero e na transparência total em relação a qualquer situação de abuso de menores e adultos vulneráveis", termina o comunicado.
Recorde-se que a Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis do Patriarcado de Lisboa recebeu, a 10 de março, uma lista de 24 nomes, suspeitos de abusos sexuais, enviada pela Comissão Independente ao Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, revelou a Diocese de Lisboa esta sexta-feira, no seu site oficial.
Destes 24 nomes, cinco são de sacerdotes que estavam ativo, dois são de sacerdotes doentes e retirados, um é de um padre que desistiu do sacerdócio, oito são de sacerdotes que já morreram, três de sacerdotes sem qualquer nomeação, um é de um leigo e quatro são, de acordo com a Diocese de Lisboa, nomes desconhecidos.
Nesse dia, o Patriarcado decidiu que não haveria suspensão. A Diocese de Lisboa aguardava "com caráter de urgência a resposta da Comissão Independente".
[Notícia atualizada às 11h41]
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