Morreu esta segunda-feira, aos 39 anos, a advogada Joana Canas Varandas. Sofria de doença oncológica e tinha um filho com poucos meses de vida.
Foi diagnosticada com um cancro em último estadio, mas nunca deixou de trabalhar, uma vez que não lhe foram concedidos quaisquer apoios.
Morreu, frisa a bastonária da Ordem dos Advogados, "sem qualquer apoio institucional e do Estado e sem que a justiça pudesse 'parar" para a conseguir ajudar.
Para a bastonária Fernanda Almeida Pinheiro, que lamentou a morte tanto em nota oficial como na sua página pessoal do Facebook, esta é uma "realidade medieval".
"Isto sucede com TODOS/as os/as advogados/as, solicitadores/as e AE que têm de enfrentar esta situação. É ao estado que compete fazer cumprir a constituição e não pode continuar a fazer de conta que nada tem a ver com o que se passa com cerca de 40.000 profissionais que são seres humanos como os demais e que escolheram as profissões legais para servir a justiça", pode ler-se numa publicação naquela rede social.
Fernanda de Almeida Pinheiro continuou a crítica, asseverando que "manter esta situação é denegar a cada um/a deles/as [advogados/as] os seus direitos constitucionais de previdência mais básicos".
Num grupo de advogados, Joana foi deixando a história da sua luta e as peripécias a que esteve sujeita.
"Naquele grupo, poucos colegas nos conhecemos pessoalmente. Mas entre partilhas e desabafos, vamos dando um pouco de nós a cada um dos que lá está", escreveu, num desabafo, Miriam Codeço Virgínia, uma colega de profissão.
Joana Canas Varandas nasceu em 8 de fevereiro de 1984. Licenciou-se em 25 de julho de 2007, pela Faculdade de Direito da Universidade Lusíada. Inscreveu-se como advogada em 17 de setembro de 2010 com escritório na Comarca de Aveiro.
O funeral realizou-se esta terça-feira, dia 28 de março, na igreja matriz de Águeda.
Leia Também: Operação em Lisboa. Dois casais roubaram reforma a idoso durante 4 meses