No rescaldo dos protestos dos professores, que têm assolado as escolas um pouco por todo o país, o primeiro-ministro, António Costa, assegurou que o Governo não dará "um passo que comprometa e que faça com que esta carreira volte a ser congelada", de modo a que "os professores tenham a garantia de que aquela carreira é para ser levada a sério".
"Abrimos negociações com o sindicado dos professores, em setembro, para tratar de três temas que eram nossos compromissos", começou por recordar o chefe do Governo, em entrevista ao Jornal da Noite, na SIC Notícias.
O responsável salientou, nessa linha, o combate à precariedade, cujas medidas "vão vincular mais de 10.500 professores este ano e assim sucessivamente, conforme atinjam 95 dias de trabalho a prazo", bem como a aproximação "as pessoas da sua residência com a multiplicação dos quadros de zona pedagógica".
"A medida mais importante", a seu ver, prende-se com a possibilidade de, em 2024/2025, ser feito "um grande concurso onde, de uma vez por todas, as pessoas vinculem diretamente à escola e acabem com o regime da casa às costas", saindo apenas do local onde ficaram colocadas "quando quiserem".
O tempo de serviço é, também, uma das questões apresentadas pelos professores, tendo Costa apontado que o Executivo "descongelou as carreiras", que assim permanecem desde 2018.
"Como sempre dissemos, não iríamos dar um passo que comprometesse e que fizesse com que esta carreira voltasse a ser congelada, como já o tinha sido duas vezes", tendo proposto aos profissionais visados, por isso, a retirada das quotas de acesso ao quinto e ao sétimo escalão e, para os que já passaram essa barreira, a contabilização do tempo que estiveram parados devido às quotas.
"O que temos de assegurar é que não criamos uma situação onde mais alguma vez aquela carreira volte a ter de ser congelada e os professores tenham a garantia de que aquela carreira é para ser levada a sério", complementou, mencionando o porquê do mecanismo de aceleração proposto.
Contudo, Costa admitiu compreender o sentimento de "revolta e de frustração" dos professores face a "promessas incumpridas", sublinhado que "a última coisa" que fará é "acrescentar a essa frustração de promessas incumpridas mais uma promessa para não cumprir".
"Darei os passos que tenho a certeza que posso dar, que tenho a certeza que não criam uma situação de injustiça para com os outros funcionários públicos e que garantam que, em caso algum, tenhamos de voltar a congelar a carreira", disse, ressalvando que "em todas as outras crises congelaram a carreira dos professores".
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