A Federação Nacional de Médicos (FNAM) esteve reunida, esta sexta-feira, com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e considerou "assinalável" que "tenha estado presente e considerado incontornável a valorização do trabalho médico".
Em comunicado, a FNAM realça ainda que Pizarro "se tenha mostrado disponível para negociar os princípios do regime de dedicação exclusiva, opcional e majorada", principalmente após as greves de 8 e 9 de março.
A saudação não vem, no entanto, sem um 'mas'. "As palavras são como as cantigas, leva-as o vento, e, por isso, é fundamental que se concretizem em propostas e ações concretas, de forma a garantir condições de trabalho que permitam a fixação dos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)", alertou a FNAM.
Os médicos ameaçam, caso tal não aconteça, "avançar com novas formas de luta, a começar pela recusa dos médicos em realizarem mais do que as 150 horas extraordinárias obrigatórias, que terá impacto nos serviços".
"Além disso, para a FNAM, a greve está sempre em cima da mesa caso as negociações não avancem para bom porto", lê-se ainda na missiva, onde a ESTRUTURA diz que "não aceitará nenhum acordo que prejudique ainda mais as condições de trabalho" e que "recusa determinantemente qualquer proposta que obrigue os médicos a realizarem jornadas diárias de trabalho de 12 ou mais horas". Isto sempre que "não valorize e compense devidamente o trabalho em serviço de urgência ou equiparado pelo seu elevado risco e penosidade".
A nota informativa conclui com a FNAM a anunciar que "pediu que fossem enviadas as propostas relativas à parametrização da complexidade das listas de utentes para os médicos de família", bem como que "o Ministério da Saúde não adiasse mais a publicação da portaria que fixa o suplemento remuneratório para médicos de Saúde Pública que exercem autoridade de saúde em regime de disponibilidade permanente".
Leia Também: Negociações com médicos "estão a correr normalmente bem", garante Pizarro