Os trabalhadores da agência Lusa cumprem, este sábado, o terceiro de quatro dias de greve em luta por salários condignos, reivindicando menos de 10 euros por cada um dos 12 anos sem aumentos salariais.
Num comunicado dos funcionários a que o Notícias ao Minuto teve acesso, a agência remete ao que aconteceu na sexta-feira, quando "o Partido Socialista chumbou uma proposta do Bloco de Esquerda para aumentar a indemnização compensatória para a Lusa, prevendo aumentos salariais".
"Com isso continuou a inviabilizar uma solução para os trabalhadores, enquanto António Costa deixou trabalhadores sem resposta em Aveiro", lê-se na nota.
O chumbo aconteceu no mesmo dia em que o Ministério das Finanças anunciou um excedente de 2.300 milhões de euros até fevereiro. "Os sindicatos lamentam a postura de imobilismo que parece reinar na resposta aos trabalhadores da Lusa e ao subfinanciamento desta empresa do setor empresarial público, em que os problemas são extensos, da falta de aumentos à persistência da precariedade", esclarece.
Os trabalhadores voltam a lembrar, em altura de fim de semana, "em que tantas redações estão reduzidas a poucos elementos", a agência "assegura um serviço inestimável ao jornalismo e à democracia".
"A linha noticiosa da Lusa fechou na quinta-feira, por indicação da Direção de Informação, e assim se prevê que continue até domingo, mantendo-se um impacto elevado no jornalismo nacional",
Segundo a nota, "os trabalhadores da Lusa estão sem aumentos salariais reais há 12 anos e reivindicavam 120 euros de aumento". "Depois de uma proposta inicial de 35 euros, a administração chegou aos 74 euros, mas não basta. Os 120 euros pedidos não são muito para tanto tempo sem aumentos, mas os sindicatos baixaram a contraproposta, ratificada em plenário, para os 100 euros", continua.
"Falta a administração e o Governo virem ao encontro destas pretensões", sublinha.
Na sexta-feira, mais de 50 trabalhadores estiveram em protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, e outros asseguraram uma concentração junto à redação do Porto, além da mobilização em Aveiro.
Em Aveiro, foram entregues cartas abertas em mãos ao Presidente da República e ao primeiro-Ministro, explicando os motivos da greve. O Presidente enalteceu a Lusa, o primeiro-ministro que ia ler a carta entregue.
A greve prossegue este sábado e domingo, com a linha fechada, com os trabalhadores a exigir mais respeito e salários que se aproximem "do que realmente merecem pelo serviço público que prestam".
"Esperamos que a Lusa seja um farol na valorização das nossas profissões, pois não há jornalismo de qualidade e de referência com trabalhadores maltratados, com baixos salários e em precariedade", termina o comunicado assinado pelos sindicatos mandatados para negociar pelo plenário de trabalhadores (Sindicato dos Jornalistas, SITE CSRA - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas e SITESE - Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços).
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