Grada Kilomba distinguida com doutoramento 'honoris causa' pelo ISPA

A artista portuguesa Grada Kilomba vai receber o título de doutora 'honoris causa' do ISPA -- Instituto Universitário, numa cerimónia a decorrer este mês, em Lisboa, anunciou hoje aquela instituição.

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Lusa
04/04/2023 14:19 ‧ 04/04/2023 por Lusa

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"A atribuição do título 'Honoris Causa' é uma forma de homenagem a alguém que merece reconhecimento público por ter realizado algo relevante, no campo científico, social e/ou artístico. Grada Kilomba tem-se destacado em todas estas áreas ao longo do seu percurso profissional, desde que foi aluna do ISPA", afirmou a presidente do conselho científico do ISPA -- Instituto Universitário, Teresa Garcia-Marques.

O ISPA recorda que Grada Kilomba, formada em Psicologia Clínica e Psicanálise naquela instituição, é "uma artista interdisciplinar e teórica portuguesa cujo trabalho se foca em explorar questões de memória, trauma, género e pós-colonialismo".

O trabalho de Grada Kilomba "conta com um extenso currículo de apresentações internacionais e faz parte de várias coleções públicas e privadas em todo o mundo".

Grada Kilomba, que vive em Berlim, na Alemanha, é uma artista interdisciplinar, escritora e investigadora doutorada em Filosofia pela Universidade Livre de Berlim, e que tem vindo a lecionar em diversas universidades internacionais, como a Universidade de Artes de Viena, na Áustria.

Com raízes em São Tomé e Príncipe e Angola, a artista tem trabalhado as questões do racismo, do trauma colonial, das vozes silenciadas e de género.

As obras de Grada Kilomba levantam ainda questões sobre o conhecimento, o poder e a violência cíclica, tendo sido exibidas em eventos como a 10.ª Bienal de Berlim, a Documenta 14 de Kassel, a Bienal de Lubumbashi VI, e a 32.ª Bienal de São Paulo, assim como em vários museus e teatros internacionais.

Como suportes, tem escolhido a performance, a leitura cénica, textos, vídeo e instalação, focando-se nos temas da memória, trauma, género e pós-colonialismo, estando representada em coleções públicas e privadas como a da Tate Modern, em Londres.

Grada Kilomba integra o grupo de quatro curadores que vão dirigir a 35.ª Bienal de São Paulo, que acontece este ano, escolhidos pela proposta "ambiciosa e intrigante" apresentada, anunciou a organização.

O coletivo curatorial conta ainda com o historiador de arte Manuel Borja-Villel, a curadora independente, escritora e pesquisadora Diane Lima e o antropólogo, crítico e investigador Hélio Menezes.

A cerimónia de atribuição do título de doutora 'honoris causa' a Grada Kilomba está marcada para 14 de abril, às 11:00 no ISPA, e é "aberta a toda a comunidade Ispiana (Alumni, Estudantes, Professores, Investigadores, Bolseiros, Colaboradores, Amigos do Ispa) e público em geral".

Leia Também: Exposição da portuguesa Grada Kilomba em Londres abre quarta-feira

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