Francisco Proença de Carvalho, um dos advogados de Ricardo Salgado reagiu, esta sexta-feira, à decisão instrutória do caso EDP que decidiu que todos os arguidos vão a julgamento, referindo que espera que a "justiça portuguesa saiba ser civilizada".
"Espero que a justiça portuguesa saiba ser civilizada, não só acerca de Ricardo Salgado, mas sobre todos. Acredito nisso", começou por frisar, junto ao Campus de Justiça, em Lisboa.
Na ótica do advogado, "não houve uma fase de instrução efetiva". "Pode ter havido no papel, pode ter havido um carimbo a dizer que houve uma instrução mas os juízes não servem para carimbar, servem para julgar", acrescentou.
"Tendo sido formado numa universidade portuguesa, a nossa formação é de respeito pelos direitos humanos", atirou.
Questionado sobre o que o cliente, Ricardo Salgado, pensa sobre a acusação de corrupção, respondeu que "não sabe o que o cliente pensa".
"Pelas circunstâncias em que está, não é admissível num Estado de Direito, não é admissível no próprio exercício que temos como advogados", alegou, acrescentando que "vão sempre ser pedidas perícias tendo em conta a doença progressiva [de Salgado] e que ainda não tem solução".
Recorde-se que ao que a CNN avançou, esta sexta-feira, Manuel Pinho, Ricardo Salgado e Alexandra Pinho vão a julgamento no âmbito do caso EDP.
O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) Manuel Pinho foi acusado no Caso EDP de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.
Foram ainda acusados neste processo a mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho, em concurso efetivo e coautoria material com o marido de um crime de branqueamento de capitais e outro de fraude fiscal, e o antigo presidente do BES Ricardo Salgado, por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.
[Notícia atualizada às 15h20]
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