"Nós temos conhecimento de cerca de uma dúzia de portugueses, essencialmente pessoas que trabalham em organizações internacionais no Sudão e estão bem. Não temos indicação de portugueses envolvidos nestes conflitos", disse aos jornalistas o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
"Lamentamos profundamente os conflitos e subscrevemos a posição das Nações Unidas, que pede um cessar-fogo imediato", acrescentou Gomes Cravinho, que falava à margem do início dos trabalhos do Fórum Portugal - Alemanha, com o tema "Digitalização: Perspetiva Global e Bilateral", que decorre hoje em Lisboa.
O confrontos no Sudão eclodiram na manhã de sábado entre o Exército, liderado pelo general Abdelfatah al Burhan, e as Forças de Apoio Rápido, comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, que antes de lançar a rebelião numa tentativa de tomar o poder no Sudão era o número dois do Conselho Soberano Sudanês, o mais alto órgão executivo do país, presidido pelo próprio Al Burhan.
Os dois militares uniram forças para levar a cabo o golpe de outubro de 2021, que depôs o Governo civil que emergiu da chamada revolução sudanesa de 2019 e que derrubou o antigo Presidente islamista Omar al-Bashir, após três décadas no poder.
Após a revolta de 2021, tanto al-Burhan como Hemedti comprometeram-se a não envolver os militares nos assuntos políticos do Sudão e a iniciar um processo para devolver o país a um caminho democrático e formar um Governo civil.
Entretanto, o enviado especial da missão das Nações Unidas no Sudão, Volker Perthes, disse que está "extremamente dececionado" com o não-cumprimento de uma breve trégua de três horas acordada entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.
Numa declaração, o representante da ONU denunciou que "a cessação humanitária das hostilidades" acordada domingo entre as Forças Armadas e as Forças de Apoio Rápido (RFS, na sigla em inglês) "foi apenas parcialmente cumprida", apesar do compromisso das partes.
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