O primeiro-ministro, António Costa, voltou a falar, esta terça-feira, em contexto de visita a vários estabelecimentos comerciais, sobre o "trabalho conjunto" desenvolvido, no dia em que entra em vigor a medida excecional de IVA zero em alguns produtos alimentares.
"Foi um trabalho conjunto feito entre Governo, Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e os comerciantes do retalho para que esta seja uma medida que tenha impacto efetivo na vida das famílias", lembrou, apontando que o Executivo "fez a sua parte".
Sublinhando que o "Estado fez a sua parte" ao aprovar a lei, Costa referiu ainda que ainda havia muito trabalho a fazer. "E é muito. Estamos a falar de 46 categorias (de produtos alimentares), mas nestes dois hipermercados que visitámos, em um estamos a falar de seis mil produtos, no outro de quatro mil. Exigiu, ao longo da última noite, um esforço enorme de muitos dos funcionários desta cadeia para alterar e remarcar os preços", notou.
Costa elogiou ainda o setor do retalho, apontando que estes profissionais fizeram um esforço para simplificar e mostrar aos cidadãos as diferenças em causa. "Temos aqui o preço que as pessoas vão pagar, e o preço que as pessoas pagariam, se não tivesse havido redução do IVA, e a poupança que têm no IVA", indicou, utilizando uma das bancas ao seu redor.
"As pessoas estão aqui a saber, em cada produto, qual é a poupança que têm, mas também não há um desincentivo para as pessoas [comerciantes] fazerem promoções. É uma forma transparente, e foi trabalhosa", reconheceu.
Questionado sobre se o Executivo teve alguma influência nesta forma, que considerou "transparente", Costa referiu que as suas preocupações se prenderam com o equilíbrio entre os três envolvidos. "Temos de atuar em conjunto e fazer um esforço. O Estado fez um esforço na redução do IVA, o retalho a conter os preços, e a produção faz um esforço procurando acomodar, o melhor possível, os aumentos dos fatores de produção, que derivam em resultado da guerra", rematou.
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