Ucrânia. Visita de Lula? Portugal pode explicar que apoia resistência
A ministra da Defesa afirmou hoje que a visita de Lula da Silva será uma oportunidade para explicar que Portugal "não está a dar armas à Ucrânia para apoiar uma agressão mas para apoiar a resistência" à agressão.
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País Guerra na Ucrânia
Helena Carreiras foi questionada pelos jornalistas sobre as declarações do chefe de Estado do Brasil sobre a guerra na Ucrânia à margem de uma cerimónia no Instituto de Defesa Nacional (IDN), em Lisboa, na apresentação do novo Plano de Ação para a Profissionalização do Serviço Militar.
"Eu acho que temos vários aspetos em que estamos em consonância e esta é uma grande oportunidade também para explicar ao presidente Lula que nós não estamos a dar armas à Ucrânia para apoiar uma agressão, mas justamente para apoiar a resistência a uma agressão", respondeu Helena Carreiras.
A governante vincou que "esta é a posição portuguesa" e acrescentou: "Acho que o diálogo que vamos ter vai permitir justamente esclarecer e clarificar posições recíprocas".
Esta terça-feira o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, salientou que condena a invasão russa da Ucrânia, ao mesmo tempo que defende a paz, depois de ter sido criticado pelos Estados Unidos e pela União Europeia pelas suas declarações.
O primeiro-ministro, António Costa, já tinha desdramatizado as posições do Presidente brasileiro sobre a guerra na Ucrânia, contrapondo que as relações entre Portugal e Brasil sempre estiveram acima de diferenças na política externa e que entre irmãos também há divergências.
No dia anterior, o chefe de Estado português lembrou posições do Brasil na ONU sobre a guerra na Ucrânia até fevereiro, já com Lula Presidente, "ao lado de Portugal, da UE, dos EUA, da NATO, contra a Federação Russa".
Em declarações aos jornalistas, à margem da cerimónia de entrega do Prémio Pessoa, na Culturgest, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa questionou se o Brasil mudou de posição, frisando que Portugal não mudou, mas desdramatizou desde já as divergências em matéria de política externa.
O Presidente da República argumentou que a visita de Estado que Lula da Silva fará a Portugal entre 22 e 25 de abril "não tem nada a ver com a posição sobre a Ucrânia, nem tem nada a ver com as polémicas internas", e rejeitou qualquer arrependimento pelo convite ao seu homólogo: "Não, não me arrependi de coisa nenhuma".
No dia 25 de Abril vai decorrer na Assembleia da República a sessão de boas vindas a Lula da Silva, às 10:00, com um discurso do Presidente brasileiro, seguindo-se, às 11:30, a sessão solene que assinala o 49.º Aniversário da Revolução de 1974 em Portugal.
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