O historiador José Milhazes considerou, esta sexta-feira, que o aumento de bombardeamentos russos na Ucrânia se traduz numa necessidade de "imposição de terror sobre os ucranianos" com o objetivo de "os quebrar psicologicamente", numa altura em que está "iminente" uma contraofensiva.
"Trata-se da continuação de uma política de terra queimada e de imposição de terror sobre os ucranianos, a fim de os quebrar psicologicamente", referiu José Milhazes, em declarações à SIC Notícias.
O jornalista considerou também que a contraofensiva ucraniana face às tropas russas está "iminente" e que há "três datas em jogo". São eles os dias 2, 5 e 9 de maio, sendo que a "mais simbólica seria a última", dia em que a Rússia assinala a vitória sobre a Alemanha nazi.
"Os russos estão a tentar transmitir a ideia de que as forças armadas ucranianas não estão prontas para nenhuma contraofensiva, que não têm militares suficientes, que a ajuda militar ocidental em armamento também não é suficiente… Mas o facto é que estão nervosos", disse Milhazes, acrescentando que, "além de nervosos", os russos "estão a avançar - nos espaços em que conseguem avançar - a passo de caracol".
Sobre as tropas ucranianas ainda não terem iniciado um contraofensiva, o historiador justificou com o facto de a primavera na Ucrânia estar a ser "bastante chuvosa", o que "impede a circulação não só de carros, mas também de tanques".
Milhazes sublinhou, no entanto, que a contraofensiva "não será a batalha final" da guerra na Ucrânia e que, se "não obter o êxito máximo de expulsar as tropas russas dos territórios ocupados", o país invadido terá de "continuar a combater".
Esta sexta-feira, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, afirmou que a "contraofensiva" da Ucrânia entrou "na fase final de preparação" e sublinhou que Kyiv não vai esperar pela chegada dos blindados Abrams de fabrico norte-americano para iniciar o ataque.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Leia Também: Putin concede estatuto de veteranos de guerra a paramilitares Wagner