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"Nunca temo receber um telefonema do senhor Presidente da República"

O primeiro-ministro sublinhou, esta quarta-feira, que "hoje é um novo dia de trabalho", limitando-se nos comentários sobre a crise política e sobre o 'braço de ferro' com Marcelo Rebelo de Sousa.

"Nunca temo receber um telefonema do senhor Presidente da República"

O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quarta-feira que não teme receber nenhum telefonema do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, depois de ter decidido manter João Galamba como ministro das Infraestruturas, contrariando a vontade de Marcelo

"A vida política é menos ficção do que julgam, é muito mais normal. Eu nunca temo receber um telefonema do senhor Presidente da República. É sempre um gosto receber um telefonema do senhor Presidente da República", disse o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas, em Braga.

Questionado sobre se a decisão de manter Galamba é sustentável e tem futuro, Costa não se alongou: "Cada dia é um dia, o que ficou decidido ontem, ontem ficou decidido, hoje é um novo dia e é um novo dia de trabalho".

Perante a insistência dos jornalistas relativamente ao tema e à discordância com o Presidente da República, Costa ainda declarou: "Ontem foi ontem, hoje é um novo dia. Olhe para o céu, está tão bonito"

Sobre o facto de João Galamba não ter agenda hoje em Braga, o primeiro-ministro apontou: "Amanhã já terá". Isto porque o Governo está em Braga no âmbito da iniciativa 'Governo + Próximo', com mais de 90 iniciativas e ações de 15 ministros, nenhum destes o ministro das Infraestruturas.

António Costa adiantou ainda que o Conselho de Ministros de quinta-feira, que decorrerá também em Braga, será dedicado à "regulamentação da agenda do trabalho digno"

A iniciativa em todos os concelhos do distrito de Braga segue-se à decisão de António Costa de não aceitar o pedido de demissão de João Galamba, apesar da opinião contrária manifestada pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

Caso Galamba ficou encerrado? 

Na terça-feira, durante a manhã, o primeiro-ministro recebeu o ministro João Galamba na residência oficial de São Bento. Depois, de tarde, esteve no Palácio de Belém, entre cerca das 17h00 e as 18h45, numa audiência que solicitou ao Presidente da República.

Perto das 20h20, o ministro das Infraestruturas divulgou um comunicado a informar que, "no atual quadro de perceção criado na opinião pública", tinha apresentado o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, "em prol da necessária tranquilidade institucional" - que António Costa recusaria cerca de meia hora depois.

António Costa considerou que a João Galamba não é "imputável pessoalmente qualquer falha" e disse que mantê-lo como ministro é uma decisão que o "responsabiliza integralmente" como primeiro-ministro, tomada provavelmente contra a opinião da maioria dos portugueses e certamente contra os comentadores.

Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, depois de António Costa anunciar a decisão de não aceitar o pedido de demissão de João Galamba, o Presidente da República assumiu uma discordância em relação ao primeiro-ministro "quanto à leitura política dos factos" que o levaram a manter João Galamba "no que respeita ao prestígio das instituições".

[Notícia atualizada às 10h48]

Leia Também: Após caso Galamba, António Costa dedica dois dias ao distrito de Braga

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