O subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, apresentou, esta quarta-feira, a demissão do cargo, para o qual foi nomeado em agosto de 2020. A notícia foi inicialmente avançada pela SIC Notícias e entretanto confirmada à agência Lusa pelo Ministério da Saúde.
"O Ministério da Saúde agradece a Rui Portugal toda a dedicação à causa da saúde pública, designadamente durante o exigente período da pandemia", adiantou o gabinete do ministro Manuel Pizarro, sem adiantar as razões da demissão.
O Notícias ao Minuto entrou em contacto com a Direção-Geral da Saúde (DGS) para obter mais esclarecimentos sobre o assunto, mas tal não foi possível até ao momento.
Rui Portugal, que ganhou maior visibilidade durante a pandemia de Covid-19, quando protagonizou um momento inusitado ao recomendar a oferta de "compotas" no Natal, assumiu, em fevereiro deste ano, estar pronto para assumir a liderança da DGS face à saída de Graça Freitas.
"Tenho currículo, experiência local, regional, nacional e internacional que mo permite (...) acho que posso dar um contributo muito significativo quer no discurso quer na agenda", afirmou numa entrevista ao Público, manifestando-se disponível para apresentar uma candidatura à Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).
Licenciado em medicina pela Universidade de Lisboa em 1987, Rui Portugal é também especialista em saúde pública e foi coordenador do Gabinete Regional de Intervenção para a Supressão da Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo.
Entre as várias funções e cargos que desempenhou, foi diretor executivo do Plano Nacional de Saúde 2012-2017, presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo, administrador do Hospital de Pulido Valente e docente universitário na área da saúde.
Recorde-se que foi no final do ano passado que Graça Freitas, que assumiu o cargo de diretora-geral da Saúde em 2017, manifestou vontade junto do Ministério da Saúde de não renovar a nomeação, mas assegurou que permaneceria no cargo até ser substituída.
No início de março, numa audição na Assembleia da República, a responsável garantiu que a decisão de deixar o cargo foi do foro pessoal.
A CReSAP recebeu em 03 de maio o pedido para abertura de concurso para o cargo de diretor-geral da Saúde, ou seja, quatro meses após a atual diretora ter anunciado a saída.
Nas últimas semanas, Rui Portugal tinha assumido as funções de diretor-geral da Saúde, chegando a assinar, em 10 de maio, a orientação sobre os cuidados de saúde durante o trabalho de parto, que mereceu forte contestação da Ordem dos Médicos.
Em abril, o ministro da Saúde tinha dito que a decisão sobre quem vai substituir Graça Freitas à frente da DGS seria tomada até meio do ano, garantindo que não havia qualquer descontinuidade de funções.
[Notícia atualizada às 21h38]
Leia Também: Governo pretende Centros de Responsabilidade Integrada nos hospitais