Sintra. Cão com "tumor ulcerado" estava sem cuidados "há mais de 8 meses"
Tendo em conta que a omissão de cuidados veterinários poderá configurar um crime de maus-tratos a animais, a entidade acionou a Polícia de Segurança Pública (PSP), que solicitou a presença do homem no local.
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País Rio de Mouro
Um cão "mal nutrido" e com um "tumor ulcerado" foi encontrado em Rio de Mouro, em Sintra, esta segunda-feira. Face ao estado de saúde do animal, o grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA) acionou as autoridades, estando a aguardar, até ao momento, que o Ministério Público emita um mandado para "apreender e retirar imediatamente o animal" ao dono.
Perante a denúncia, o IRA revelou ter-se deslocado ao local com uma médica veterinária, onde apurou, com a ajuda de vizinhos, que o animal "pertencia ao proprietário da loja para animais ali perto, a Globalzoo".
"Os dois elementos deslocaram-se então ao estabelecimento que vende animais e contactaram o proprietário, tendo o mesmo informado que se tratava de um tumor e que o animal não era acompanhado por um veterinário há mais de oito meses", assinalou o grupo, numa publicação na rede social Facebook.
Tendo em conta que a omissão de cuidados veterinários poderá configurar um crime de maus-tratos a animais, a entidade acionou a Polícia de Segurança Pública (PSP), que solicitou a presença do homem no local. Tanto as autoridades, como a médica veterinária consideraram que "o animal precisa imediatamente de ser retirado e visto em centro veterinário devido às dores causadas pelo tumor ulcerado, classificando as dores como das mais elevadas".
"Após presença do detentor e face ao menosprezo do mesmo pelo bem-estar do animal, foi solicitada a presença do canil de Sintra para fundamentar o pedido de um mandado judicial. O detentor mostrou-se não cooperante e foi notificado pelo CRO de Sintra para, no prazo de 24 horas, levar o canídeo a um centro veterinário e seguir o protocolo de analgesia e controlo da dor", informou ainda o IRA, complementando que o tutor abandonou o local e deixou "o animal sem qualquer assistência veterinária".
Numa outra publicação, a associação assinalou que estava "desde as 11h00 a aguardar que o procurador do Ministério Público" respondesse "ao pedido de mandado judicial por parte da PSP", lamentando o facto de que "os órgãos de polícia criminal e demais instituições de defesa animal estejam empenhados e alinhados no bem-estar animal, mas que o órgão judicial competente nem se digne a dar uma resposta a quem de direito".
"Possivelmente consequência do desinteresse no cumprimento da lei por parte dos juízes do constitucional, que insistem em absolver criminosos e a anular condenações. Agentes e oficiais da PSP, veterinária e elementos do IRA, horas e horas ao sol e sem nenhuma conclusão que determine o bem-estar deste animal, sublinhado por alguém que detém o conhecimento clínico para afirmar que o mesmo está EFECTIVAMENTE EM RISCO", atirou ainda.
O grupo disse, contudo, que aceitaria a sugestão dada pela PSP "para desmobilizar do local e aguardar que o dono da loja para animais cumpra com a notificação".
"Queremos desde já agradecer o incansável e exemplar empenho por parte dos agentes e comandante da esquadra de Rio de Mouro, que TUDO fizeram ao seu alcance para que este animal fosse salvo hoje, garantindo-nos ainda assim que irão acompanhar esta situação e verificar se o mesmo cumpre com a notificação de levar o animal, ainda hoje, a um médico veterinário", remataram, sem dar, até ao momento, mais detalhes sobre o caso.
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