"A maior culpada disto é a mãe", diz pai de Jéssica à entrada do Tribunal
Cinco pessoas estão a ser julgadas pelo homicídio de criança de três anos, em Setúbal, incluindo a mãe.
© Carlos Pimentel/Global Imagens
País Jéssica
Continua, esta terça-feira, o julgamento do homicídio de Jéssica, a menina de 3 anos que morreu em junho de 2022, alegadamente devido a uma dívida da mãe por práticas de bruxaria. À entrada do Tribunal de Setúbal, Alexandrino Biscaia, o pai da criança, defendeu que Inês Sanches, a mãe de Jéssica, é "a maior culpada" pela morte da menina.
Em declarações aos jornalistas, Alexandrino Biscaia admitiu que já tinha visto a filha ser vítima maus-tratos, mas não revelou o autor das agressões.
Interrogado sobre se não tentou levar a criança consigo ou intervir junto da Justiça para esse efeito, o homem admitiu que sim, mas lembrou que vive nos Países Baixos.
"Sim, sim, pensei nisso tudo, pensei. Mas eu estava no estrangeiro e aqui fiquei sem casa", disse, citado pela SIC Notícias.
O pai de Jéssica, que alega que não sabia o que estava a acontecer, defendeu que a maior "culpada" é a mãe da criança e espera que seja feita justiça. "A maior culpada disto é a mãe, a maior culpada é a mãe. A mãe é que ficou responsável pela menina", rematou.
De sublinhar que a mãe de Jéssica é uma das arguidas no processo, acusada dos crimes de homicídio qualificado e de ofensas à integridade física qualificada, por omissão.
A alegada ama da vítima, Ana Pinto, o marido, Justo Ribeiro Montes, e a filha, Esmeralda Pinto Montes, estão acusados de homicídio qualificado consumado, rapto, rapto agravado e coação agravada.
Estes três arguidos, bem como outro filho de Ana Pinto, Eduardo Montes, estão ainda acusados de um crime de violação agravado e de um crime de tráfico de estupefacientes agravado.
De acordo com a acusação, Inês Sanches terá deixado a filha à guarda de Ana Pinto durante cinco dias, como garantia de pagamento de uma dívida por práticas de bruxaria, que ela própria tinha pedido a Ana Pinto, com o objetivo de melhorar o relacionamento com aquele que era na altura o seu companheiro.
A menina só foi devolvida à mãe cerca das 10h00 do dia 20 de junho de 2022, quando já não reagia a qualquer estímulo.
Ainda assim, os sinais evidentes do sofrimento de Jéssica foram ignorados durante várias horas pela própria mãe, facto que a investigação considerou que também poderá ter contribuído para a morte da criança, que viria a ocorrer nesse mesmo dia, poucas horas depois, no Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
A mãe da Jéssica, já depois de ter sido acusada, pediu para ser sujeita a uma perícia psiquiátrica para atestar a sua eventual imputabilidade reduzida, mas esse pedido foi recusado pelo juiz do processo.
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