Segundo Carlos Faia Fernandes, da direção regional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), os trabalhadores reivindicam igualmente equidade entre todos.
"Os trabalhadores já tinham estado em greve na semana da Páscoa e, logo a seguir, foram convocados para negociar com a administração um acordo de empresa. O problema é que, de negociação, teve pouco. Houve algumas propostas que foram acolhidas, mas a maioria não. Houve algumas cedências como um aumento de cerca de 100 euros, mas a questão é que com esse aumento vem uma série de cláusulas que desregulam o horário de trabalho", contou.
De acordo com o sindicalista, os trabalhadores estão dispostos a continuar a luta em defesa dos seus direitos e retoma imediata das negociações até que algumas matérias sejam retiradas ou esclarecidas em sede de Acordo de Empresa (AE), tal como a cláusula sobre adaptabilidade.
"Esta cláusula, em conjunto com outras que constam desta proposta de AE, pode significar dias de trabalho de 9,5 horas diárias, sem compensação monetária e sem intervalo para descanso, além da desregulação sistemática da vida pessoal e familiar dos trabalhadores", disse Carlos Faia Fernandes.
O sindicalista adiantou ainda que os trabalhadores reivindicam a integração na nova tabela salarial seja feita de "forma justa e transparente".
"Os trabalhadores pedem igualmente a implementação de um sistema de carreiras que valorize as diversas profissões e não uma única carreira que englobe mais de metade dos trabalhadores, a regulamentação e atualização dos subsídios pagos, bem como o pagamento a 100%, para todos os trabalhadores, das horas extraordinárias em dia de descanso semanal e feriado", referiu.
Os trabalhadores da Parques de Sintra -- Monte da Lua já tinham estado em greve na semana da Páscoa por aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
Contactado pela agência Lusa, o Conselho de Administração (CA) da Parques de Sintra disse ter chegado a um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) para a revisão do Acordo Coletivo de Trabalho da empresa que irá permitir "o maior crescimento da massa salarial da história da empresa".
Segundo indicou numa nota, a Parques de Sintra iniciou em 05 de abril um processo negocial para a revisão do Acordo Coletivo de Trabalho da empresa com o SINTAP e o STAL, que visava "a atualização das tabelas salariais, uma clara melhoria das condições de trabalho e a valorização da antiguidade".
"Foi alcançado um acordo com o SINTAP, que aprovou o documento em plenário de trabalhadores, tendo a proposta sido enviada em 17 de maio para o acionista Estado para aprovação", acrescentou.
De acordo com o CA, esta negociação permitiu alcançar um acordo que "garante a sustentável valorização da sua massa salarial, o funcionamento operacional e o futuro da empresa".
"Os objetivos alcançados implicam o maior crescimento da massa salarial da história da empresa", frisou.
A Parques de Sintra -- Monte da Lua conta com cerca de 300 trabalhadores e tem como acionistas a Direção-Geral do Tesouro e Finanças, o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra, no distrito de Lisboa.
A empresa é responsável pela gestão do Parque e Palácio de Monserrate, Castelo dos Mouros, Palácio Nacional de Sintra, Parque e Palácio Nacional da Pena, Convento dos Capuchos, Chalet e Jardim da Condessa d'Edla, Farol do Cabo da Roca, Palácio Nacional e Jardins de Queluz, Vila Sassetti, Escola Portuguesa de Arte Equestre e Santuário da Peninha.
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