S.TO.P. demarca-se de cartazes e acusa Costa de querer "desviar atenções"
A organização sindical apontou que "os profissionais de educação que ali se manifestaram exerceram o seu direito de protesto de forma livre, enquanto cidadãos em pleno uso dos seus direitos constitucionais".
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País Educação
O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P) demarcou-se, este domingo, dos protestos levados a cabo por professores no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no sábado, nos quais alguns docentes empunharam cartazes que retratavam o primeiro-ministro com nariz de porco, lábios pronunciados e lápis espetados nos olhos.
"O protesto de professores que teve lugar nas comemorações do 10 de Junho, em Peso da Régua, não foi convocado pelo sindicato S.TO.P. Os profissionais de educação que ali se manifestaram exerceram o seu direito de protesto de forma livre, enquanto cidadãos em pleno uso dos seus direitos constitucionais", apontou a organização sindical, em comunicado.
A entidade liderada por André Pestana recusou ainda "qualquer acusação de incitação a atitudes de teor racista", indicando que "os estatutos do S.TO.P. expressam claramente o repúdio da discriminação com base na raça".
O organismo foi mais longe, apontando o dedo diretamente ao primeiro-ministro que, na sua ótica, "pretende desviar as atenções sobre o gravíssimo problema que atinge a escola pública e que tem levado a que os seus profissionais estejam a dinamizar a maior luta de sempre na educação".
"A implementação de uma política educativa coerente e com soluções capazes de responder às justas reivindicações de profissionais de educação, alunos e pais passa por estar concentrado no diálogo e pela negociação séria. O tempo urge", rematou.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) também já se havia demarcado de insultos e atos de populismo, na sequência destas caricaturas.
Recorde-se que as comemorações do Dia de Portugal, de Camões das Comunidades Portuguesas terminaram no sábado no Peso da Régua com a tradicional cerimónia militar do 10 de Junho, depois de terem passado pela África do Sul.
Após ter terminado a cerimónia militar, António Costa percorreu a pé o trajeto desde a avenida do Douro até ao local escolhido para o almoço, tendo sido sempre seguido por muitos docentes que gritavam palavras de ordem.
À chegada ao local do restaurante, a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu, exaltou-se com alguns dos comentários dos professores em protesto. Inicialmente, António Costa pediu à mulher para não responder, mas, depois, virou-se para trás e gritou "racista", visivelmente exaltado.
"Eu sinto-me muito bem no Douro e em todo o país", apontou, voltando a insistir que o barulho de fundo que o acompanhou "é um direito de manifestação".
"Com melhor gosto, com pior gosto, com estes cartazes um pouco racistas, mas pronto, é a vida", frisou.
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