O Grupo VITA, que está há um mês no ativo, já recebeu 23 novas denúncias de abusos sexuais alegadamente cometidos por padres. A maioria das vítimas é do Norte do país, tendo sido esta a primeira vez que relataram o sucedido.
Os casos e os nomes dos sacerdotes visados serão, agora, revela a CNN Portugal, enviados às dioceses. Estas irão iniciar os processos canónicos, sendo que algumas das situações serão também remetidas ao Ministério Público.
O canal refere ainda que alguns dos padres agora acusados se encontram no ativo.
De recordar que, em entrevista à Lusa, no mês passado, a coordenadora do Grupo VITA, Rute Agulhas, revelou que já tinham começado a receber pedidos de ajuda de vítimas de abusos sexuais no contexto da Igreja.
"Já estamos a receber pedidos de ajuda através do e-mail geral@grupovita.pt e estamos a tentar dar resposta a essas situações. Inclusive, temos outros atendimentos marcados. Significa que há algumas pessoas para quem está a ser difícil esperar pelo dia 22, portanto, estão a procurar-nos mais cedo e, naturalmente, nós respondemos desde logo a essas situações. Se vamos receber muitos ou poucos telefonemas? Não sei", afirmou, na altura.
Além de Rute Agulhas, o grupo executivo do VITA é constituído por Alexandra Anciães (psicóloga com experiência de avaliação e intervenção com vítimas adultas), Joana Alexandre (psicóloga, docente universitária e investigadora na prevenção primária de abusos sexuais), Jorge Neo Costa (assistente social, intervenção com crianças e jovens em perigo), Márcia Mota (psiquiatra, especialista em Sexologia Clínica e intervenção com vítimas e agressores sexuais) e Ricardo Barroso (psicólogo e especialista em intervenção com agressores sexuais).
A linha telefónica de apoio está disponível através do número 915 090 000, de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 18h00.
Ainda de lembrar que, anteriormente, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.
A comissão entregou à Conferência Episcopal Portuguesa uma lista de alegados abusadores, alguns no ativo, tendo esta remetido para as dioceses a decisão de afastamento de padres suspeitos de abusos e rejeitado atribuir indemnizações às vítimas.
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