JMJ. Câmara de Lisboa revela "alguma ansiedade" com plano de mobilidade

O vice-presidente da Câmara de Lisboa manifestou hoje "alguma ansiedade" por ainda não ter sido apresentado o plano de mobilidade para a Jornada Mundial da Juventude, responsabilidade do Governo, e considerou "inadequado" o estacionamento de autocarros no Eixo Norte-Sul.

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Lusa
28/06/2023 18:47 ‧ 28/06/2023 por Lusa

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"Não posso deixar de manifestar alguma ansiedade, que é normal, nesta altura ainda não termos esse plano [de mobilidade], que julgo que a cidade também partilha de alguma ansiedade. Normalmente, a informação tranquiliza e o facto de não haver muita informação naturalmente que cria um impacto contrário, intranquiliza e cria alguma ansiedade", declarou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem a competência de preparar a cidade para acolher a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Na reunião pública do executivo municipal, o autarca disse ter confiança nas entidades públicas responsáveis pela mobilidade durante o evento, referindo que a câmara tem trabalhado "com grande proximidade" nesse âmbito, inclusive com a empresa municipal Carris.

Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Sobre o estacionamento de autocarros no Eixo Norte-Sul, Filipe Anacoreta Correia referiu que "a câmara municipal mostrou oposição a essa possibilidade, considerando que não seria uma solução adequada".

"O Eixo Norte-Sul é extremamente importante para a circulação no seio da cidade e, portanto, nós compreendemos que face à dimensão do número de autocarros que virão a Lisboa nesses dias tem de haver soluções que podem comprometer efetivamente a circulação em determinado troço do Eixo Norte-Sul, mas apenas em períodos limitados", afirmou o vice-presidente da câmara.

Para o autarca, a infraestrutura rodoviária poderá ser utilizada para "apenas descarga dos passageiros e não para estacionamento durante a permanência do evento".

Sobre as responsabilidades do município de Lisboa na preparação da JMJ, Filipe Anacoreta Correia realçou que "aquilo que é incumbência da câmara não tem levantado dúvidas", manifestando "enorme orgulho e gratidão" pela participação dos trabalhadores do município.

Filipe Anacoreta Correia referiu ainda que a obra do Parque Tejo terminou antes do previsto, a ponte ciclo pedonal sobre o Rio Trancão está numa fase final e o palco estará pronto no início de julho.

Quanto às competências do Governo, nomeadamente os planos de mobilidade, saúde, segurança e proteção civil, o autarca reforçou que a Câmara de Lisboa tem estado "altamente empenhada" em ajudar, tendo respondido a todos os pedidos, participado em reuniões e apresentado contributos.

Relativamente ao plano de saúde, que já foi apresentado, a câmara está a acompanhar "com alguma apreensão" as notícias de algumas limitações em equipamentos hospitalares na cidade, nomeadamente no Hospital de Santa Maria.

O vereador PS Pedro Anastácio criticou, contudo, o discurso da câmara de que "está tudo preparado" para a JMJ, lembrando "a trapalhada dos palcos" e dizendo que o município "desistiu" de várias responsabilidades para passar ao Governo.

A mensagem do município, defendeu, devia ser que se está a fazer tudo para que o evento seja um sucesso.

Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), qualificou como "vergonhoso" um vereador do executivo camarário estar a defender o Governo em vez dos trabalhadores da cidade, recordando que o investimento municipal na JMJ é de até 35 milhões de euros e referindo que o Governo tentou passar tudo para a câmara e "queria que os lisboetas pagassem tudo".

Em defesa da honra, o socialista Pedro Anastácio recusou a ideia de ter criticado os trabalhadores do município envolvidos na preparação da JMJ.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre 01 e 06 de agosto, com as principais cerimónias no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo.

A edição deste ano, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.

Leia Também: JMJ: Ministro da Saúde diz estar tranquilo com dispositivo montado

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