PJ desmantela rede de imigração ilegal em Lisboa. Há vários detidos
Megaoperação está a decorrer na zona do Martim Moniz. Grupo será responsável pela livre circulação de dezenas de milhares de migrantes em situação ilegal pela Europa.
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País Imigração
Várias pessoas foram detidas, esta segunda-feira, em Lisboa, por suspeitas de pertencerem a uma rede de criminosa responsável pela livre circulação de milhares de migrantes em situação ilegal pela Europa, garante a RTP.
De acordo com o canal de televisão público, a Polícia Judiciária (PJ), que tem centenas de inspetores no terreno, está a dar cumprimento a, pelo menos, duas dezenas de buscas na zona do Martim Moniz, Vila Franca de Xira e Margem Sul.
Ao início da manhã desta segunda-feira, a CNN Portugal já tinha avançado com a notícia de que a PJ tinha montado uma megaoperação para desmantelar uma associação criminosa que, alegadamente, montou um negócio ilegal que explorava, de forma fraudulenta, uma lei nacional de 2017, única no espaço Schengen, e que, utilizada desta forma, "coloca em risco toda a União Europeia".
As alterações feitas à lei de estrangeiros em 2017 permitem a entrada em Portugal de imigrantes que tenham pedido, através do SAPA, uma manifestação de interesse para trabalhar no país, ficando a aguardar um contacto do SEF para dar início ao processo de obtenção de autorização de residência, que muita vezes não se concretiza.
Em 2019, o SEF apresentou uma participação ao Ministério Público, por indícios de crime de auxílio à imigração ilegal, devido à alegada venda de vagas de atendimento em portais de anúncios classificados, tendo a queixa sido arquivada.
Na altura, o SEF referiu que podia existir uma "utilização abusiva" do SAPA através de sistemas informáticos e "suspeitas fundadas da captura de vagas por parte de particulares, com base em 'encomendas' de pacotes de prestação de serviços que incluem o agendamento e a preparação do pedido a apresentar".
Na operação em causa estão suspeitas de associação criminosa para tráfico de pessoas e auxílio à imigração ilegal, falsificação de documentos e branqueamento.
Além da PJ, na operação EUROJUST participam inspetores do SEF e da ASAE, assim como elementos da Europol e de autoridades francesas, espanholas, alemãs, belgas e austríacas.
O Notícias ao Minuto contactou a PJ que remeteu esclarecimentos para mais tarde.
Combate à imigração ilegal em Lisboa. "Outras operações irão ocorrer"
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, revelou numa declaração feita a partir de Tábua, no distrito de Coimbra, que vão decorrer mais operações relacionadas com uma alegada rede criminosa responsável pela introdução de milhares de migrantes ilegais na Europa e que atuava a partir de Portugal.
"Outras operações desta natureza irão ocorrer nos próximos tempos dado que há muitos procedimentos de inquérito abertos", afiançou aos jornalistas.
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