"Nós como cristãos assumimos esta responsabilidade, não só com o próximo, mas com o mundo e com o nosso ecossistema. É o respeito pelos seres vivos, pelo equilíbrio em tudo o que está à nossa volta e assumir a responsabilidade de cuidar da casa comum", afirmou à agência Lusa na cratera do Pico Susana Cabral, porta-voz do grupo.
O Pacto da Montanha foi subscrito no final da eucaristia no topo do Pico, celebrada pelo Bispo de Angra e Ilhas dos Açores, Armando Esteves Domingues e que na véspera liderou a subida ao ponto mais alto do país, a propósito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Ao todo, a iniciativa designada "Mais Perto do Céu" juntou 129 pessoas (dos quais 116 jovens) no ponto mais alto de Portugal, entre jovens, voluntários da JMJ e outras figuras do clero.
Susana Cabral realçou que o ecossistema "não são apenas as plantas e os animais", sendo necessária uma "responsabilidade geral" que resulte num "maior cuidado na interação entre os seres humanos".
"O planeta Terra está a gritar por cuidado. Todas as formas, seja através de um pacto, seja através de acordos, são importantíssimas para que todos tomem essa consciência. Cada um, em pequenos gestos, tem um papel muito importante para o futuro do nosso planeta", vincou a natural da ilha de Santa Maria.
Hoje, a celebração do bispo Armando Esteves Domingues decorreu no mesmo local da cratera onde aconteceu a missa de 1954 (que até hoje era a única liturgia registada na montanha), tendo sido utilizado o mesmo altar (construído em pedra), que continua erguido após várias décadas.
"Subir o Pico é um sonho para tanta gente -- e também o era para mim. Vencer as dificuldades, celebrar aqui [na cratera] e assinar um pacto, que é um pouco como um cheque em branco onde está a nossa vida", afirmou o bispo em declarações aos jornalistas, após a cerimónia.
Para Armando Esteves Domingues, o pacto tem um "significado muito simples": fazer com que todos se "comprometam com a fraternidade universal" e com a "criação".
"O homem vive hoje tremendamente ameaçado por tanto riscos e por tantos perigos, alguns dos quais vêm do desrespeito pela natureza. Há aquela máxima de que Deus perdoa sempre, o homem perdoa às vezes, mas a natureza nunca perdoa. O mal que lhe fizemos pagá-lo-emos", assinalou.
E concluiu: "Para estes jovens e para esta juventude, este pode ser um pacto que os motiva para o futuro porque precisamos todos de ser muito mais proativos".
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